O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 305

Conclusões bilhões de dólares por empresas brasileiras a investidores norte- -americanos a partir de acordos conduzidos por procuradores da Lava Jato que estão sendo investigados pela justiça e pelo congresso; manobras militares com a presença norte-americana no Brasil; negociação da cessão de áreas na base de Alcântara a empresas daquele país; ampliação da fatia negociada de títulos da dívida pública por bancos sediados nos Estados Unidos que atuam como dealers do Tesouro Federal no Brasil; entre outras coisas mais. Ao investigar os motivos pelos quais as agências e autorida- des norte-americanas se envolverem de tal modo nos processos que resultaram no Golpe de 2016 e a necessidade de empresas norte-americanas controlarem o destino e a forma de comer- cialização do petróleo que elas extraiam do Brasil, passamos a investigar que relevância teria isso para os Estados Unidos em relação aos BRICS, o interesse norte-americano no petróleo do Oriente Médio e a similaridade do ocorrido no Brasil com a de- posição de alguns governos na chamada Primavera Árabe. Cruzando, então, diferentes indicadores econômicos dos Estados Unidos, dos BRICS e da União Europeia, percebemos que a hegemonia econômica norte-americana está fundada basi- camente na capacidade de emitir dólares. Vimos que, do ponto de vista da atividade econômica produtiva, a magnitude do PIB dos BRICS, em paridade de poder de compra, ultrapassou a soma dos PIBs dos Estados Unidos e da União Europeia. À luz de diversos indicadores do Banco Mundial, FMI, do Federal Reserve, de agências internacionais e de operadoras de mercado, vimos que os principais indicadores econômicos norte-americanos são negativos – tais como o deficit na balança comercial, deficit fiscal e endividamento público – e que o dó- lar se sustenta como divisa internacional, entre outros motivos, porque é largamente usado no comércio do petróleo, é adotado como reserva cambial pela maioria dos países e porque o Banco Central norte-americano interfere na sua cotação, frente as de- mais moedas, apreciando-o ou depreciando-o, conforme a sua necessidade. 304 de 382