O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 289

5. Golpes de Estado Recentes na América Latina evento bolivariano com o Ministro das Relações Exteriores [FM] de Cuba, Perez Roque, na maior universidade do Paraguai. Em uma re- união de 20/04 com o embaixador, a Ministra de Relações Exteriores [FM] [...] confidenciou que o Paraguai compartilhava nossa preo- cupação com a contínua interferência de Chávez na região [...]. 129 (AMEMBASSY ASUNCION, 2006) [583] Posteriormente, com a eleição de Lugo, o cenário parecia ser ainda mais propício ao aprofundamento de relações com a Venezuela. De fato, ao mesmo tempo em que o descobrimento de ja- zidas era reportado, a companhia estatal Petropar possuía uma grande dívida a saldar junto à venezuelana PDVSA. Como um acordo semelhante ao do PetroCaribe, de troca de petróleo por alimentos, não fora aceito pelo agronegócio do Paraguai, seria necessário encontrar outra solução. De imediato, alongar o perfil da dívida era o mais provável. A empresa estatal de petróleo do Paraguai, PETROPAR acumulou dívidas de curto prazo de US$ 317 milhões com a empresa esta- tal venezuelana de petróleo PDVSA para o fornecimento de diesel desde 2007 e cerca de US$ 270 milhões em dívidas anteriores. [...] O presidente de PETROPAR [...] viajou em abril à Venezuela para propor o refinanciamento da dívida do Paraguai. O Paraguai ten- tou pagar parte de sua dívida com pagamentos em espécie, num es- quema de alimentos por petróleo, mas os produtores paraguaios da agricultura privada se recusaram a participar, resistindo às ofertas do Ministério das Relações Exteriores. A possibilidade da PDVSA entrar [making a push into] no Paraguai parece improvável, já que a PETROPAR é um parceiro financeiro fraco para a PDVSA, e o mer- cado está saturado de varejistas privados. A questão imediata para Lugo é o que fazer com a dívida da PETROPAR. A única opção real é limitada ao refinanciamento de longo prazo pela PDVSA ou por qualquer um outro disposto a assumir riscos. 130 (AMEMBASSY ASUNCION, 2009b) [584] Mas entre as alternativas, possivelmente, não estaria des- cartada a participação conjunta da Petropar e da PDVSA na ex- 288 de 382