O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 176
2. Alguns Frutos do Golpe para os Estados Unidos, suas Empresas e Organizações
Com isso, o banco distribuidor tem o seu saldo de depósi-
to aumentado no valor do montante a ser distribuído. Quando
o banco empresta esses signos eletrônicos de valor, de fato eles
se convertem em dinheiro, entrando na circulação da economia.
Mas quando o Fed vende títulos no mercado secundário, ele ab-
sorve valores anteriormente emitidos.
Assim, todo dia, dólares são gerados e eliminados do mer-
cado por esse mecanismo que converte títulos em dólares e dó-
lares em títulos. Desse modo, a liquidez de dólares no mercado
pode ser ampliada ou diminuída conforme a necessidade ou a
conveniência para a economia norte-americana.
No mercado primário, os dealers ganham um desconto so-
bre o valor de face dos títulos, isto é, uma espécie de comissão de
vendas sobre o total negociado – que corresponde à taxa básica
de juros. Já no mercado secundário, não se ganha comissão pela
venda de títulos do Tesouro, mas pela diferença entre a oferta e a
procura por esses papéis, que estão relacionadas à sua rentabili-
dade e imaginada segurança.
Mas se a dívida pública norte-americana é de mais de US$
20 trilhões [351] e também o sistema de bancos da reserva federal
está endividado [352], de onde sai o dinheiro para a compra de
títulos pelo Fed? De fato, esse dinheiro não existe, mas é criado
eletronicamente. Assim, o Fed paga pelos títulos, que são vendi-
dos a ele pelo cliente de um banco, creditando eletronicamente
na conta do banco vendedor o valor da operação. E este, por sua
vez, credita na conta do cliente o valor do título por ele vendi-
do ao Fed. Pois, diferentemente de um banco qualquer, ao Fed
é permitido creditar dólares sem tê-los, mantendo-se dentro do
limite de dívida autorizado pelo congresso. Mas o limite dessa
dívida, entretanto, é sempre aumentado, conforme a necessida-
de. E como diz um texto do próprio Tesouro:
Não conseguir aumentar o limite da dívida teria consequências eco-
nômicas catastróficas. Isso levaria o governo ao default em relação
a suas obrigações legais – um evento sem precedentes na história
americana. Isso precipitaria outra crise financeira e ameaçaria o em-
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