1. Brasil e BRICS
zão para importar derivados nem vender os derivados no mercado interno a um preço tão mais alto que o custo da sua produção. [ 311 ]
Conforme o Dieese, a reversão dessa situação exige recuar da política de preços dos derivados assentada na paridade internacional e ampliar o volume de petróleo refinado pela Petrobras, que é capaz de refinar 2,4 milhões de barris / dia e, assim, abastecer o mercado interno, atendendo sua demanda em torno de 2,2 milhões de barris / dia. [ 312 ]
Desse modo, a Petrobras voltaria a ocupar e expandir sua capacidade de refino e distribuição de derivados, para que o país não fique refém da oscilação internacional do dólar na definição dos preços dos combustíveis e de outros derivados produzidos no interior do Brasil.
Mas é exatamente isso – o Brasil sair dessa condição de refém a que foi colocado pelo governo golpista – que uma parte do conglomerado de atores estrangeiros, que se beneficiou do golpe no setor do petróleo, não quer. Isso significaria reduzir seus lucros, uma vez que são incapazes de vender derivados de petróleo no mercado interno brasileiro a um preço médio mais barato do que a Petrobras é capaz de oferecer com a mesma margem de rentabilidade.
1.20.5. A Greve dos Petroleiros
Em maio de 2018, os 13 sindicatos da Federação Única dos Petroleiros realizaram assembleias e aprovaram paralisações, greve e reivindicações, defendendo a manutenção dos postos de trabalho e a soberania nacional.
A paralisação de três dias, assim, não foi por salário ou benefícios aos trabalhadores. Tratou-se de
uma greve pela redução dos preços do gás de cozinha, da gasolina e do diesel. Uma greve pela retomada [ dos níveis ] da produção de combustíveis nas refinarias brasileiras e pelo fim das importações
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