Ano XV | Edição 35 | 33
INSTITUIÇÕES FALIDAS
Nosso País que, já de algum tempo, vem
perdendo sua credibilidade, está sofrendo
o falimento de suas instituições políticas e
administrativas, tendo em vista a existência
de leis arcaicas, excesso de emendas e dis-
positivos constitucionais, substitutivos e ou-
tras armações que impedem a aplicação da
Constituição como foi promulgada e, agora,
um uma verdadeira colcha de retalhos.
Nossos códigos estão todos superados e não
mais atendem às reais necessidades aplicativas,
dado ao número excessivo de leis complemen-
tares que vêm tumultuando todo e qualquer
julgamento, em todos os setores e segmentos
que deveriam ser por eles abrangidos.
Os pareceres de nossos doutos Juízes
quantas vezes são contraditórios em todas
as estâncias. Habeas Corpus, Liminares,
Recursos de Infringência são concedidos
e cassados quase que de imediato. Não há
consenso e nem bom senso nos julgamentos
e as dúvidas permanecem.
Com isto, o Brasil fica à mercê de inter-
pretações dúbias e que, muitas vezes aten-
dem interesses maiores que vão muito além
das expectativas do povo – não muito letra-
do em jurisprudência – gerando dúvidas,
incertezas, descontentamento e descrédito.
As leis não mudam e nem ajudam.
Nossos legisladores, dentro de um cor-
porativismo gigantesco, obedecem ao co-
mando dos mais poderosos – dentro e fora
da Câmara e do Senado -, grandes grupos
econômicos (que digam as empreiteiras),
desacreditando, não só aqui dentro do País,
como também em relação às demais Nações.
Com isto muitas injustiças são praticadas
alimentando desmandos e corrupção.
A sociedade está sem voz e voto nas
grandes decisões nacionais. O povo vai se
acostumando com tantas aberrações e já aco-
modado e sem forças para lutar contra tais
desmandos político/administrativos e minis-
terial. São escândalos e mais escândalos!.
Hoje há predominância absoluta na in-
versão de valores. O ditado “quanto pior
melhor” está se ajustando na mente de cada
um talvez, pela desesperança e pela descren-
ça. Os bons projetos se acham engavetados,
mofando e esquecidos nas gavetas dos ga-
binetes dos Ministros, dos Senadores e dos
Deputados, sem nenhuma vontade política
de colocá-los em prática.
Desta forma, como uma cobra traiçoei-
ra, o País vai se arrastando pelos meandros
da corrupção, da falta de ética, da desones-
tidade, da insensatez, da demagogia e da
hipocrisia que se firmam, cada vez mais for-
tes e com maior vigor em nosso meio polí-
tico/administrativo. No final, vêm as novas
eleições e os resultados são os mesmos, com
sucesso eleitoral daqueles que nada fazem
para mudar o rumo dos acontecimentos e
a caótica situação em que se acha o Brasil.
Nossa democracia, (se é que podemos
chamá-la de democracia), é mentirosa, des-
figurada e banalizada, moldada aos interes-
ses de partidos políticos corrompidos pela
propina e pela corrupção.
A falta de ética, a improbidade admi-
nistrativa e legislativa, enriquecimento ilí-
cito, malversação do dinheiro público, são
normas consuetudinárias criadas pela cultura
impatriótica, antinacionalista já instaurada
no Brasil, cujas raízes estão se alastrando por
todas as partes e regiões.
Também, nós Maçons, temos uma gran-
de parcela de culpa em tudo isto. Muito
raramente se vê ou se ouve um pronuncia-
mento das maiores Autoridades Maçônicas.
Quando muito, através de pranchas entre
Lojas sem que a sociedade tome conheci-
mento. Isto é uma lástima! Não vemos e
nem ouvimos uma grande autoridade dis-
cutir problemas do País nos grandes jornais
e na televisão. Sente-se que a Maçonaria já
não é mais a mesma de outros tempos, de
outras eras. Hoje, em berço esplêndido, vai
vivendo das glórias do passado, como se isto
bastasse. Mas, não basta!
Oportunidades existem, mas não são
aproveitadas. Políticos Maçons existem,
mas estão calados e acomodados. Fortes
Potências e Obediências também existem
no País, mas acham-se omissas.
É preciso que a Maçonaria desperte desta
letargia para os acontecimentos nefandos
e vergonhosos que estão acontecendo em
nossa Pátria. A bandeira que sempre foi
desfraldada em favor da moral, da ética, de
movimentos libertários, da igualdade e da li-
berdade não pode ficar enrolada no mastro,
neste tempo de agruras e de desesperança
em que o povo e a Nação estão vivendo.
O sentimento de dignidade que mais
revela a conduta humana é a honra. (Dr.
Libórni Siqueira – Juiz Desembargador) Li-
vro: Filosofando a Vida.
Mas, quando o homem, principalmente
público ou político, perde este sentimento
ele contamina, com a desonra e com a deso-
nestidade, toda uma Nação, especialmente
o meio em que vive e, principalmente, onde
exerce funções que deveriam ser em favor
do povo. Infelizmente, este “Sentimento” é
carta fora do baralho. Daí, então, como uma
areia movediça, o mar de lama em que está,
vai se tornando cada vez m ais expressivo.
Muito pouco, ou quase nada, há para fazer.
O “Ideal do Bem” passa a ser uma folha
morta nas espessas florestas de nacionalida-
de, de patriotismo e de brasilidade. Folha
que cai, vai se decompondo e nem mesmo
em húmus fertilizante ela se transforma.
Os resultados da Operação “LAVA JATO”
são estarrecedores. Bilhões e mais bilhões de
reais desviados para alimentar o “jogo sujo”
dos políticos e altos executivos. Bilhões que
salvariam a Previdência Social, sem sacrificar
os trabalhadores e aposentados honestos.
O que se nota é que a quase totalida-
de de nossos políticos está envolvida em
corrupção, roubos, desvios e trapaças, sem
que haja meios para terminar com esta ver-
gonhosa situação. Ainda querem que nós
acreditemos neste arremedo de democracia
que aí está. Uma democracia assentada e
alicerçada na CORRUPÇAO. Verdadeira
máscara carnavalesca.
Março – 2017
Ir.'. José Vicente Daniel
Loj.'. Maç.’. Theodórica –
Pequeri – Mg