O Cavaleiro de São João O Cavaleiro 34 | Page 11

Ano XIV | Edição 34 | 11 Onde estão os tamborins ? A maçonaria que veio para o Brasil não foi a maçonaria da Inglaterra. Os maçons que trouxeram os ideais e os objetivos da Ordem pra cá foram os iniciados na França. Quando em 1796 foi instalado o Areópago de Itambé, o seu pre- sidente – Manoel Arruda da Câmara - vinha de Montpelier, no sul da França. Trazia con- sigo os ideais do iluminismo e a “bandeira” da Revolução Francesa de “liberdade, igual- dade e fraternidade”. O portal de Itambé se abria para, por seu intermédio, favorecer o nascimento de uma escola em que o povo ia ser doutrinado para a construção de uma pátria para os brasileiros. A maçonaria in- glesa proibia, através da Constituição de Anderson, o trato com a política e com a religião no interior de suas Lojas. A maço- naria francesa, esta não, era eminentemente política. E foi com esse DNA que ela veio para o Brasil. A maçonaria nos veio para a construção da pátria. Portanto a sua força propulsora e motivacional era a política. A Conspirata de Suassuna, a Revolu- ção Republicana de 1817, os movimentos do Rio de Janeiro que levaram o Regente a dar o Grito do Ipiranga são ações políti- cas gestadas no seio da maçonaria, com o povo maçom nas ruas, nas praças, de modo público com o conhecimento e a adesão dos muitos. Os sonhos de liberdade, mais das vezes, sequer esperaram o raiar do dia. Antes do amanhecer já estavam na boca do povo, buscando a realidade. Isto não acon- teceu apenas com relação a Independência. Eclodiram da voz do povo maçom também a Abolição da Escravatura e a exaustão do Império. Tamanha era então a força da ma- çonaria, na consciência do povo, que nem reação houve da parte da Coroa contra a for- ma como se proclamou a República. “A República é filha de Olinda”, canta-se com o Hino de Pernambuco. Verso lindo, representativo dos idos de 10 de novembro de 1710. Sonhos de Bernardo Vieira de Melo que pagou caro por eles, morrendo nos calabouços do Limoeiro nas cercanias de Lisboa. E a pátria? A pátria brasileira, a nossa Pátria, esta é filha da Maçonaria São provas 1796, 1801, 1817, especialmente 6 de março de 1817. Com a Revolução que se fez a partir dessa data, tornou-se irreversível o GRITO em 7 de setembro de 1822. Em 6 de março, o povo maçom estava nas ruas. Fundou-se por sacrifício dos maçons uma República, com Constituição, Presidente, Ministério, liberdade religiosa e de impren- sa, abolição da escravatura, a universidade. Realmente, sem dúvida, a Maçonaria é a mãe da Pátria. Contudo, hoje, há muitos que não dese- jam lembrar dessa gênese. A Pátria saiu dos cuidados maternais. Uma filha que se foi, na omissão da mãe. Mas a filha e a mãe se não podem separar. A acomodação nesse sentido resultou decerto nos dias cruéis que aí estão. É preciso que os maçons acordem e tomem os rumos da atuação. Como escreveu e can- tou nosso irmão Pedro de Alcântara: “Ma- çom alerta, tende firmeza, vingai direitos da natureza” Ensinou cantando alto, pois não faria o Hino para o banheiro. Fez o hino para ser cantado alto na praça pública. Nosso compromisso continua e nin- guém vai bancar o esquecido. Não se en- volver com os destinos da Pátria é desfazer a Independência. É entregá-la à desventu- ra. A missão da maçonaria aqui no Bra- sil é “tornar a pátria livre” desse caos de que todos temos conhecimento e de cujos males padecemos. O povo sabe disso, e é por isso que muitos reclamam. E desejam, com razão, ver os maçons mais atuantes, nas cobranças de mais respeito à Pátria. Nesses dias de Carnaval, penso que vale, e muito, cantar, como cantava Pedro Caeta- no, num grande simbolismo a Mangueira, “onde é que estão os tamborins, ó nêga? Viver só do cartaz não chega! Põe os sam- bistas na avenida ...” Ir.’. Antônio do Carmo Ferreira G.’. M.’. do Grande Oriente Independente de Pernambuco. Emérito Escritor Maçônico. Presidente da ABIM (Associação Brasileira da Imprensa Maçônica). SOBRE A HUMILDADE É o percebimento de uma constatação que a vida fugaz que é – nos leva a realçar as coisas simples. A meu ver a humildade reside aí. Passamos então a passear de mãos dadas com os ensinamentos de Cristo e a beber da sua filosofia – cujos princípios nortearão os caminhos de todos aqueles que tendo percebido a grandeza da humildade, crescerão! Deolindo.’. “Aprende comigo a humildade e a mansidão do espírito e encontrareis conforto para os vossos corações” Jesus