Viva
mais leve
e aprenderás
o significado
da palavra
amor.
Matão (SP), 09 de Maio de 2014 — Ano 23 — nº 291
Cultura popular independente e evolucionária!
A livraria amiga dos estudantes!
DISTRIBUIDORA
Fones
3382-2104
3382-5320
Água Mineral Santa Bárbara, Nestlé e Villa Fonte.
Estamos em novo endereço:
Rua Castro Alves, 521 Ÿ Centro
Fone 3384-4656
É gente
nossa, é
da nossa
Terra
Av. 15 de Novembro, 1245 / Centro
Rua Otone Corrêa, 1870 / Bosque
O local
ideal para
comprar
os calçados
de toda
a sua
família!
Rua Rui Barbosa, 970
Centro / Fone 3382-2015
Abertura de Firmas,
Contabilidade e
Assessoria Jurídica
Fone/Fax: 3382-2699 e 3384-1887
Rua Prudente de Moraes, 646 — Centro
www.calabretti.com.br
[email protected]
jornal o boêmio
A VIDA TEM SEUS MISTÉRIOS
A vida tem seus mistérios, alguns não os podemos compreender. São as
faces do mundo que se apresentam deste modo, entre névoas e miragens.
Atravessamos um turbilhão de fatos e acontecimentos triviais, estes dominamos
e entendemos, mas aquilo que nos foge à razão devemos transcender,
respeitar, sentir. Aquilo que a razão não decifra, muitas vezes o sentimento
sabe e o corpo obedece estes estímulos. Ser como um animal, confiante em
seus instintos, esta a busca silenciosa do velho ermitão, a cada dia mais
procurado pelos jovens e pela multidão buscando respostas. Enquanto o velho
tem clareza em sua visão e a mente passeia pelas eras ancestrais engedrando
o instante presente, a grande massa vaga perdida e apressada, dobrando
esquinas, olhar cabisbaixo, nenhuma simpatia pelo semelhante. Incomunicável,
desesperada: facilmente dominada. O universo escapa de meu controle e
neste instante posso assegurar apenas que domino a minha própria vontade,
cada dia acrescentando um tijolo a esta construção que abrigará o saber e a
prova desta humanidade arredia que trago em mim correndo, apostando
corrida em minhas veias e artérias. Querer dominar outros povos, homens e
mulheres sem brilho a trabalhar feito máquinas é um estranho fetiche que não
comove. Busco aprender com meus erros; não errar jamais é pretensão de
tolos arrogantes. Que eu cometa apenas pequenas faltas e não seja destruidor
de coisa alguma. Que através de mim um jovem casal se projete e consiga
encontrar a sua verdade. Que tenham muitos filhos, sejam felizes cumprindo
o seu papel terreno. Que pela minha fala sejam representados todos aqueles
que não têm voz, que estão a procura de algo mas não sabem ainda o que
procuram... A imperfeição humana, o desejo e o sublime habitam cada
coração. No mar de contradições em que nos afogamos, resta escondida uma
boa atitude. Como abandonar antigos modos de vida, costumes bárbaros,
tendo a mania de consumir, que aprisiona e humilha, induz ao roubo e à
violência? Como deixar de poluir e queimar, e começar a reciclar, assumir-se
planeta? É preciso crer em algo, é preciso crer num amanhã sadio, é preciso
organizar-se e impor limites. Propor caminhos, soluções, diálogos. Cumprir o
prometido... A posse dos bens materiais separa as pessoas, colocando umas
em oposição a outras. Há a soberania do pensamento, propondo novos e
inusitados rumos, questões, acontecimentos. A voz comum não está sendo
ouvida. O cidadão já não pensa, apenas reage a estímulos, e nesta simulação
de reflexos, somos reduzidos a imagens, protótipos, robôs que sentem dor,
frio, medo, fome, saudade. Na ilusão de gerir o destino comum, somos
comandados e auto-iludidos. Como saber o que devemos ou não comer, ou
discernir o certo do errado? Pergunta de difícil resposta. Talvez a fé seja uma
boa solução, devemos crer em algo, crer em Deus, afinal ele é o início e o fim
de todo o universo. A espiritualidade perdeu-se na vala comum do profano;
perde-se o mistério, o sagrado e o respeito. A santidade que nos embala e
acalenta nos braços em instantes de dúvida, perde significado, importância;
anula-se e esvazia. Mistérios que nos afligem, mistérios do corpo e da alma!
Queremos que os decifrem, aceitamos qualquer explicação sem nos dar ao
trabalho de pensar com objetividade. Deixemos a consciência quieta, serena
como a superfície da lagoa, a esconder tesouros na profundeza. Vivemos
repletos de pensamentos vãos, que nos ocupam o tempo com maquinações
perversas. Contas para pagar de compromissos assumidos sem saber porquê.
Compramos o que não necessitamos, queremos ser o que não somos.
Passamos por cima do próprio ser para alcançar um objetivo; aprendemos a
trair desde pequenos. Mistérios do bem e do mal, mistérios da alma e do
corpo... Aquilo que perdi há dois mil anos passados, outro dia encontrei, jogado
à porta de casa. Aceitei o que o destino me propôs. Caminhei certinho pela vida
afora, sem jamais pisar em calos alheios. Bastam as minhas dores e o mal que
temos que enfrentar. Que eu seja instrumento de transformação humana, e
não me destine o Eterno peso maior do que possa suportar.