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A gota de orvalho suspensa
na flor reflete o universo
FORTUNA CRÍTICA
A seguir transcrevemos mais comentários alusivos ao livro de poemas
que publicamos no final de 2013, numa experiência lúdica-libertária.
3 "Mano Edu. Que a passarada continue me
acordando as madrugadas! Grato por mais esse
número d'O Boêmio, onde fez muito bem em constar
sua fortuna literária e que muitos de seus
amigos que deveriam estar aqui para dizer, já
não podem nada mais, porque acharam que já
mereciam de ir descansar."
Irineu Volpato / Santa Bárbara d1Oeste (SP).
3 "Caro Eduardo. Recebi e agradeço o envio de vosso belíssimo
livro de poesias que com sua dedicatória enobrece ainda mais o livro.
Parabéns pela edição, primorosa, com ótimos poemas! Colei a capa extra
num painel da Biblioteca 'Mário de Andrade', aqui na cidade."
Valdir Ramos / Araraquara (SP)
3 "Mais uma vez pude constatar a sinceridade de sua poética
humanista, que vem desde suas 'Canções do Front', que eram canções
de amor e não de guerra. Li tudo de uma assentada a sua fé poética, na
qual os versos procuram ir além do sentido direto das palavras, porque
em você poesia e percepção racional são uma coisa só. Não lhe escrevi
logo porque me propus uma nova leitura, mais detalhada, mais pausada,
coisa que fiz no final do ano, começo deste. E o que concluí? Que seus
versos são felizes porque não são ambíguos, por sua capacidade de dar
às palavras os significados que deseja que elas tenham. Você une poesia
e razão de uma forma verdadeira e bem fundada, porque através de uma
linguagem pessoal conquistada ao longo de sua vida inteira. Essa a sua
estrela. Não por acaso, apontei que em suas crônicas está chegando ao
mesmo padrão de sua poética, ao tratar menos de idealizações filosóficas
e mais de ações concretas, capazes de desarmar os espíritos de seus
erros e assim repensar o homem, ao apontar não perfeições angélicas e
sim as imperfeições humanas em suas contradições cotidianas, porque
ao apontar o negativo, você projeta o positivo.
Não analisarei poema a poema, mas eles tanto podem ser lidos um a
um, como também em conjunto, porque formam um todo homogêneo. Entre
o pessoal e o coletivo, você consegue estabelecer correspondências entre
o que é e o que acha que deveria ser, traçando possibilidades e sugerindo
saídas para os impasses de nossa civilização, que tem preferido as soluções
destrutivas, as negações. É nesse cenário que você vai desenvolvendo os
seus retratos, num universo onde predomina a vontade humana que reduz
tudo ao menos quando deveria ser para o mais. No conflito entre esse
pragmatismo utilitarista e uma essência vital profunda você coloca as suas
resistências poéticas através de uma linguagem que transforma o que é
menor numa coisa maior. Daí que há tantas mutações em seu universo
poético, como se tudo estivesse em perpétua transformação, como se
nada chegasse mesmo ao fim e tudo estivesse apenas começando. Em
'Velho Caçador' você diz: Regresso é a medida da partida. Em 'Miração',
Transmutar-se, mas para / nascer enfim renovado. Em 'Dialética', ...que
a morte / é o portão da vida. Os exemplos são muitos, é só procurar. Do
eu você passa para o tu, ou seja, o outro, como se desejasse que a sua
experiência não fosse apenas pessoal, mas coletiva, ou, como está em
'Lamento Visionário': E confiante no poder de transformação das palavras
/ Empreendi viagem rumo aos meus semelhantes.
Você vai do urbano ao rural, porque é ecológico. No poema 'Os
Homens com Pressa', você como que coloca o que virou moda agora
aqui em São Paulo, os rolezinhos: Estão perdidos, / Mas querem se
encontrar, etc. Os jornais e revistas ideologizam esses conflitos sociais,
mas você consegue ser objetivo: Um dia calam / Noutro protestam. /
Que a necessidade é a mãe / De todas as renúncias. Talvez por isso