riências muito concretas de amor ao próximo . Ajudados pelos religiosos e religiosas da Toca de Assis , de tempos em tempos preparávamos uma acolhida com banho , corte de cabelo e comida para as pessoas que ficavam por ali . Eram grandes as doações de coisas , de serviço e , sobretudo , de amor . Trouxe para minha vida aquela iniciativa .
A ação de cada ano era feita pela festa da padroeira , no dia 8 de dezembro . Que festa ! Eram dias a fio de preparação . Tudo precisava estar alinhado . Eram muitos os sacerdotes que nesse dia por lá passavam , além do arcebispo . Já na manhã bem cedo , começavam as orações , missas , ladainhas e bênçãos . O dia era cheio . Muitas flores e barraquinhas . Tudo estava a dizer que era festa . A jornada se concluía com uma procissão numerosíssima . Era um dia de graças .
O cansaço no fim do dia dava lugar àquela alegria de poder ter dado a tantas pessoas a chance de sentir a maternidade da Virgem Maria , concebida sem o pecado original .
Enquanto estive como formador no seminário , fui o capelão dessa comunidade . Por lá , passaram muitos vocacionados em preparação para entrar para o seminário , bem como muitos seminaristas que me acompanhavam . A capela era uma extensão do seminário . Foram cinco anos que transcorri nessa comunidade tão querida .
Cheio de emoção , me recordo de meu retorno à comunidade após um grave acidente automobilístico que sofri em julho de 2003 . Ainda me vêm lágrimas quando vejo Fábio e seu filho , bem como outros tantos com a caminha com a minha foto , aguardando-me na escadaria da igreja . Eu fui muito amado pela comunidade . Asseguro que também muito os amei e amo .
Finalmente , em maio de 2006 , transferido para a Paróquia São Pedro Apóstolo , em Itaboraí , tive que deixar a comunidade . Para lá retornei outras vezes e sempre fui acolhido com imenso carinho .
Essas breves palavras são só para fazer memória agradecida daqueles anos especiais da minha vida de padre . Foi muito importante essa passagem pela Capela de Nossa Senhora da Conceição . Também sei da memória carinhosa que a comunidade manteve sobre aquele tempo em que vivemos juntos .
Pe . José Otácio Oliveira Guedes
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