No Principio por Ellen G. White 1 | Page 21

em que se lhes permitia comer livremente de todas as outras árvores , era-lhes proibido provar desta , sob pena de morte . Deviam também estar expostos às tentações de Satanás ; mas , se resistissem à prova , seriam finalmente colocados fora de seu poder , para desfrutarem o favor perpétuo de Deus .
Deus pôs o homem sob a lei , como condição indispensável de sua própria existência . Ele era um súdito do governo divino , e não pode haver governo sem lei . Deus poderia ter criado o homem sem a faculdade de transgredir a Sua lei ; poderia ter privado a mão de Adão de tocar no fruto proibido ; neste caso , porém , o homem teria sido , não uma entidade moral , livre , mas um simples autômato . Sem liberdade de opção , sua obediência não teria sido voluntária , mas forçada . Não poderia haver desenvolvimento de caráter . Tal maneira de agir seria contrária ao plano de Deus ao tratar Ele com os habitantes de outros mundos . Seria indigna do homem como um ser inteligente , e teria apoiado a acusação , feita por Satanás , de governo arbitrário por parte de Deus .
Deus fez o homem reto ; deu-lhe nobres traços de caráter , sem nenhum pendor para o mal . Dotou-o de altas capacidades intelectuais , e apresentou-lhe os mais fortes incentivos possíveis para que fosse fiel a seu dever . A obediência , perfeita e perpétua , era a condição para a felicidade eterna . Sob esta condição teria ele acesso à árvore da vida .
O lar de nossos primeiros pais deveria ser um modelo para outros lares , ao saírem seus filhos para ocuparem a Terra . Aquele lar , embelezado pela mão do próprio Deus , não era um suntuoso palácio . Os homens , em seu orgulho , deleitam-se com edifícios magnificentes e custosos , e gloriam-se com as obras de suas mãos ; mas Deus colocou Adão em um jardim . Esta era a sua morada . O céu azul era a sua cúpula ; a terra , com suas delicadas flores e tapete de relva viva , era o seu pavimento ; e os ramos folhudos das formosas árvores eram o seu teto . De suas paredes pendiam os mais magnificentes adornos — obra do grande e magistral Artífice . No ambiente em que vivia o santo par havia uma lição para todos os tempos , a lição de que a verdadeira felicidade é encontrada , não na satisfação do orgulho e luxo , mas na comunhão com Deus mediante Suas obras criadas . Se os homens dessem menos atenção às coisas artificiais , e cultivassem maior simplicidade , estariam em muito melhores condições de corresponderem com o propósito de Deus em Sua criação . O orgulho e a ambição nunca se satisfazem ; aqueles , porém , que são verdadeiramente sábios encontrarão um prazer real e enobrecedor nas fontes de alegria que Deus colocou ao alcance de todos .
Aos moradores do Éden foi confiado o cuidado do jardim , “ para o lavrar e o guardar ”. Sua ocupação não era cansativa , antes agradável e revigoradora . Deus indicou o trabalho como uma bênção para o homem , a fim de ocupar-lhe o espírito , fortalecer o corpo e desenvolver as faculdades . Na atividade mental e física Adão encontrava um dos mais elevados prazeres de sua santa existência . E quando , como resultado de sua desobediência ,
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