Niterói em Fatos e Fotos Niterói em Fatos e Fotos | Page 27

Nasci no dia 8 de agosto de 1980 em Niterói , cidade onde cresci e moro até hoje . Sou o filho mais novo de America Barbosa Silva e Antonio Duarte Silva , pais amorosos que me ensinaram valores pautados na honestidade , lealdade , compaixão , respeito e amor . Minha mãe é uma guerreira , que sempre esteve ao lado do meu pai em todos os momentos e dedicou muitos anos de sua vida a cuidar , de forma exemplar , de mim e de minha irmã .
Meu pai , homem de muito caráter , tinha muitos amigos , mas sempre deixava claro que sua prioridade era a família . Infelizmente , em março de 1994 , quando eu tinha apenas 13 anos , um trágico acidente encurtou nossa convivência . Foi o momento mais triste de minha vida , pois perdi o meu herói , e um enorme vazio se abriu . Mas , como diz o ditado , o que se faz em vida ecoa na eternidade . Seu exemplo , ainda que no breve tempo em que vivemos juntos , foi o suficiente para me tornar o homem que sou hoje .
Além dele , e principalmente após sua partida , meu tio Laécio Duarte – pessoa de caráter e valores muito parecidos com os do meu pai – tornou-se também fundamental em minha formação , como uma segunda referência paterna .
Hoje , aos 40 anos , agradeço a Deus por ter uma linda e unida família apoiada nos pilares erguidos por meus pais . Casei com minha amada Sandy Gomes em 2009 e tivemos dois lindos filhos – Bruna , nascida em 2010 , e Caio , em 2013 –, frutos do grande amor de uma união eterna . Minha família é meu maior incentivo e principal inspiração .
Fui batizado com o nome de Antonio Duarte Silva Junior , mas em minha adolescência , quando completei 18 anos e comprei o meu primeiro carro , recebi dos amigos o apelido de Schumacher , devido às minhas “ habilidades ” ao volante . Achei que seria momentâneo , mas a alcunha carinhosa me acompanhou por muitos anos . E quando iniciei a minha jornada como fotógrafo , adotei-o como nome artístico .
Comecei a fotografar há 10 anos , primeiro para o Anuário Niterói Design , principal produto da DB Editora , da qual sou sócio proprietário ao lado de minha amada e competente irmã , Franciane Barbosa , e onde atuo mais detidamente na área de arquitetura e design , segmento pelo qual sou apaixonado e que me levou a realizar centenas de sessões pelo Brasil .
O fotógrafo brasileiro mundialmente conhecido Sebastião Salgado , mesmo focado em um segmento diferente do meu , é uma grande referência para mim . Suas fotos inspiradoras me ensinaram que a paciência , o ângulo e a precisão são pilares no trabalho de excelência de qualquer fotógrafo em todo o mundo .
Sou niteroiense com muito orgulho e completamente apaixonado por minha cidade . E com total razão : Niterói , a famosa Cidade Sorriso , é encantadora . Uma praia mais linda do que a outra , vistas deslumbrantes , pontos históricos e turísticos de deixar qualquer visitante de queixo caído .
Observando alguns materiais alheios com imagens das maravilhas da cidade , percebi que o conteúdo era superficial , geralmente retratando só a fachada . Daí veio minha ideia de fazer um livro de fotos de Niterói , sob um ponto de vista diferenciado , onde eu explorasse tudo isso e também cliques aéreos de drone e ângulos internos com foco na arquitetura , proporcionando ao público uma perspectiva diferente de cada local .
Minha irmã abraçou totalmente a iniciativa e incrementou o material com a história resumida de cada ponto fotografado . Entretanto , o projeto ficou guardado por cerca de quatro anos . Graças à Lei de Incentivo à Cultura de Niterói , Franciane e eu pudemos , com muita dedicação e resiliência , obtivemos os meios necessários para realizar este lindo sonho juntos . Ela também me acompanhou na maioria das sessões e foi responsável pelo making of disponível no site do livro .
Todas as imagens contidas nesta obra são de minha autoria . Muitas delas pertencem ao meu arquivo pessoal , mas a maioria foi realizada especialmente para esta publicação inédita . Algumas fotos foram capturadas em condições arriscadas , como a sessão em que utilizamos um drone em uma área com alta interferência magnética , o que dificulta a pilotagem do dispositivo de tal forma que poderíamos tê-lo perdido . Outro grande desafio foi a Serra da Tiririca , porque , além de sua imensidão , os pontos fotografados são de difícil acesso e o peso do equipamento se torna um fator agravante .
A sessão que eu destaco como a mais tensa e complicada foi a da Fortaleza de Santa Cruz . Quando estávamos eu e minha irmã no local , fomos informados pelos militares que uma parte extensa da costa rochosa de acesso havia deslizado sobre a pista , impossibilitando a entrada ou saída de qualquer pessoa ou veículo . A princípio , teríamos que pernoitar no local , porém , após uma vistoria da Defesa Civil e de engenheiros do Exército , algumas horas depois , os oficiais da unidade nos comunicaram que seria possível atravessar a pé . Mesmo temendo um novo deslizamento , decidimos sair e assim o fizemos , com o auxílio dos militares , caminhando por cima das pedras caídas , vestindo coturnos emprestados e iluminando o caminho apenas com as lanternas dos celulares .
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