Newsletter Clínica Médica da Foz Abril 2019 | Page 5
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tais como os cuidados terminais e a possibilidade de insti-
tucionalização; a gestão de questões financeiras e legais,
como a capacidade de condução e de administração de
bens; as obrigações e os pagamentos pela prestação de
cuidados.
nomeadamente, perturbações da ansiedade e depressi-
vas, tendo em atenção que a depressão é o problema de
saúde que surge mais frequentemente nos cuidadores.
Esta avaliação deve ser sistemática ao longo da evolução
da doença da pessoa com demência e após o fim das ta-
refas de cuidar com a institucionalização ou a morte do
doente.
Apoio psicológico
Com vista à adoção de estratégias de adaptação positivas,
o médico deve incentivar os cuidadores a pesquisar sobre
a doença e a resolução de problemas relacionados com a
mesma. Além disso, deve aconselhar a reunião de meios
de ajuda, a garantia de tempo livre para as atividades pes-
soais, a adoção de bons hábitos de sono, alimentares e
de exercício físico, o alerta para sintomas sugestivos de
depressão ou de ansiedade e a reflexão sobre o que vão
sentir e fazer quando a prestação de cuidados terminar.
Os cuidadores devem ser avaliados regularmente de
modo a acompanhar a dinâmica familiar, o stress dos cui-
dadores, o processo de luto e as estratégias de adaptação
adotadas. Deve-se avaliar o nível de sobrecarga física, so-
cial e psicológica, e a presença de patologias psiquiátricas,
Mobilização de serviços de apoio
Existem várias intervenções que podem ajudar os cuida-
dores: envolvimento de familiares e amigos, psicoterapia
individual ou em grupo, grupos de apoio direcionados
para a demência, grupos religiosos, grupos de jovens e
de voluntariado, cursos de formação, serviços que per-
mitem realizar períodos de descanso dos cuidadores e
apoio por telefone ou internet.
Em conclusão, não descurando o doente com demên-
cia, os profissionais de saúde devem considerar os cuida-
dores como potenciais doentes. Uma situação de demên-
cia implica uma relação dinâmica a três: o profissional de
saúde, o doente e o cuidador.
Os 5 componentes da
aptidão física
Dr. Basil Ribeiro
Medicina Desportiva
N
ão há dúvidas que a prática regular e frequente
está associada a benefícios para a saúde. Todos
consideramos este conceito como verdadeiro e
absoluto. Não há dúvidas. As dúvidas apenas existem
quando, como e onde começar. Entretanto, vamos adian-
do como se tal fosse uma solução para o estado deficitá-
rio do nosso corpo. E continuamos convencidos que o
exercício faz bem e que um dia o iniciaremos. A principal
instituição americana reguladora da saúde, o Centers for
Disease Control and Prevention (CDC), associa a prática
regular do exercício físico à redução do risco de doença
cardiovascular, da diabetes tipo II, de alguns cancros, à
melhoria da saúde óssea, à melhoria da saúde mental e
à melhoria da qualidade de vida com o envelhecimento.
Parece ser bom demais para ser verdade, mas é mesmo
assim. Uma publicação de 2014 refere que a aptidão física
melhora a resiliência física e mental, assim como o aspeto
cognitivo, ou seja, ficamos espertos e mentalmente mais
vivos. Parece-me bom, ou não será?
Recuemos um pouco na idade e vejamos o que se passa
nas crianças e adolescentes: são cada vez mais sedentá-
rios e obesos; são cada vez mais volumosos e atrofiados;
são cada vez menos fortes e menos resistentes; têm pou-
ca força e cansam-se depressa. E isto não é, não deve ser
uma preocupação individual, familiar e social? Eu acho
que é, mas parece-me que a situação tem vindo a piorar.
Não está na altura de pararmos um pouco, refletirmos
e decidir por um caminho diferente, o dos bons hábitos
alimentares e do exercício físico? Está na altura da ação,
de agirmos e concretizar aquilo em que acreditamos, ou
vamos continuar a lamentarmo-nos e a responsabilizar
indevidamente os outros pelo mau estado em que nos
encontramos?
Referem-se hoje os 5 componentes a considerar para
aboa aptidão física. O primeiro é a resistência cardiovas-
cular ou aptidão física aeróbia. Refere-se à capacidade de
enviar adequada e atempadamente oxigénio para todas
as partes do corpo. Para tal é necessário ter bom coração,