N 15 - Março - 2019 - Ano V Revista Líder Coach | Page 18

QUEIMANDO A PRÓPRIA PONTE AÇÃO TRANSFORMADORA E LIBERTADORA ANTONIO DE SOUSA Este é o artigo que mais demorei para escrever em toda minha vida. Normalmente quando decido escrever, o time-to-market é bem curto. Este é especial porque é a minha própria Reality Session de Coaching e Mentoria. Como envolve terceiros, peço permissão aos leitores para não expor nomes ou detalhes mais profundos. Oportunamente escreveremos um livro sobre técnicas de negociações na prática e aí, outros pormenores serão detalhados. Distintamente do “empurrar a vaquinha” em que o gatilho de transformação é disparado por um terceiro, queimar a ponte é decidido e disparado pelo agente transformador da mudança, neste caso, eu mesmo. Sou um apaixonado por tudo o que faço e mergulho de cabeça no que acredito. Nem sempre dá certo. Foi assim que cheguei em uma dívida de R$1.3 milhões de reais. Mas há controvérsias sobre o que é certo ou errado. Gosto de um provérbio chinês que diz: “Pra tudo há três pontos de vista: o meu, o seu e o correto.” Então, voltando à dívida, considero que foi uma experiência profunda de vida e de carreira. Sim, eu sei que dei o passo muuuuito maior do que a perna e dessa forma, descobri que o fundo de um poço é a sua própria 18 LÍDER COACH - FEVEREIRO 2019 tampa que está lá nas profundezas. E aonde leva a tal ponte? Comecei a minha carreira de coach como Regional Information Security Coach, responsável por 33 países na América Latina e Caribe, na KPMG, uma das quatro maiores empresas de auditoria e consultoria, do mundo. Nessa época, fundei a minha própria consultoria – BIG FIVE CONSULTING e, após passar pelo Banco Real ABN AMRO, como diretor de Auditoria de Sistemas, me dediquei em tempo integral chegando a prestar serviços em 24 países. Tivemos uma histórico incrível, inclusive de faturamento em um determinado ano em que aconteceram dois fatos considerados divisores de água na empresa, sendo um negativo e outro positivo. O primeiro, é que depois do alto faturamento começamos uma queda vertiginosa de receitas e crescimento das dívidas, a partir da crise de 2008. O segundo, o positivo, tem a ver com uma ligação telefônica em que percebi que o nosso comercial estava tendo dificuldades em entender a demanda do cliente e, por esse motivo, pedi para falar com ele. O comprador me perguntou se eu tinha um determinado produto, conhecido por uma dessas siglas de mercado. Então lhe perguntei o que buscava, especificamente. Após sua resposta, refletindo rapidamente sobre a questão, sugeri: “que tal agendarmos uma reunião para entendermos melhor a sua demanda?” Ele topou. Desliguei o telefone e perguntei em voz alta: “Alguém conhece uma coisa chamada ‘X’?” Tive uma resposta positiva e assim, uma prova do que é ser empreendedor se evidenciou naquele momento.