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DA PEQUENA MISSAL PARA NYC Com oito anos de carreira, Angelica Erthal relembra momentos marcantes como modelo DEPOIMENTO A LAIZ SOUSA “Cresci no interior da minha cidade, onde não tinha energia elétrica até os meus sete anos e vivíamos com a luz do lampião. Meus pais saíram do Rio Grande do Sul para Missal. Na época, essa região da cidade onde nasci ainda pertencia ao Paraguai. A nossa rotina era ir uma vez por mês fazer o rancho (a compra do mês) e esse era o grande evento da cidade. A cidade é tão nova que tenho a sensação de ter sido criada em meio a floresta. Meu pai é agricultor e também trabalha um pouco com marcenaria. Minha mãe é diretora de um hospital, mas começou como faxineira. Ela se dedicou a estudar e assim foi crescendo até se tornar diretora. De vez em quando, me pego pensando em comprar um terreno e viver no meio do nada, igual índio, pois sinto falta das minhas raízes, do interior, da calma, da paz. Cresci numa família muito simples, mas também muito feliz. Meus pais sempre me deram tudo o que eles puderam e não puderam. Tenho seis irmãos, então nunca me senti sozinha, pois sempre tinha a companhia deles para brincar. Minha infância foi uma das melhores do mundo, disso tenho certeza. Desde as minhas primeiras memórias, lembro da minha mãe se dedicando e estudando. Ela tinha que andar 10km para terminar o ensino médio, pois não tinham muitas escolas na minha cidade. Grávida da minha irmã, ela estudou até o oitavo mês de gestação. E depois que a 20 | FOTO: JASON ERIC HARDWICK