My first Magazine Revista Sarau Subúrbio ed 01 | Page 10

ENTREVISTA e um detalhe você tá fazendo acontecer, você não só vai lá e é expectador, não, você tá contribuindo com seu talento, além da sua presença, além do seu canto, com as suas composições, e muita das vezes, e eu no meu caso, ainda ajudo na produção né, então Já criei muita coisa, e isso me orgulha muito, e assim, por isso que eu sempre dou força pra quem está começando, principalmente compositor a participar desses coletivos, né, hoje tem muitos espalhados pelo Brasil, tem um pessoal da mesa autoral de Recife, e eu fiquei sabendo que tem um também em Minas Gerais, eu não sei direito, pessoal do Samba da Vela, então tem vários desses coletivos Brasil afora, porque o Brasil é vasto nesse ponto de composição, são muitos bons compositores e não cabem todas as boas músicas, boas composições, não cabem nos projetos fonográficos, então essas músicas não podem ficar escondidas no caderno, não pode ficar na gaveta, elas têm que ir para as rodas de Samba, e nas rodas de Samba cabem todas elas, então arma-se uma roda de Samba com Sambas autorais, cabem todas elas. Antigamente quase não se podia, vamos dizer assim, cantar um Samba autoral numa roda, quase ninguém gostava, em função disso mesmo que nós fundamos os Compositores Resistência na época, pra gente poder cantar as nossas músicas e pra gente ouvir os compositores que não tinham entrada nas grandes produções, e daí surgiram várias outras rodas de Samba com esse intuito, hoje são várias, e tudo com público, pessoas que estão querendo ouvir coisa nova, né?! Pessoas que estão querendo ouvir coisas que não tocam na rádio, querendo ouvir o início, podemos dizer assim, o início do sucesso, a música ali que saiu pronta há pouco tempo, hoje nós temos um público vasto participando , né, claro que lá atrás, anos 20,30,40 praticamente todas as rodas eram assim, T o d a F a m í l i a S a m b i s t a porque as pessoas, (de Haroldo Cesar) os compositores, os Sambistas na época se reuniam e cantavam ali nas Escolas de Samba, nas esquinas, geralmente cantavam músicas próprias, porque não tinha muito música no rádio, o rádio era novidade e tal, era uma coisa natural. Depois no Cacique de Ramos também uma coisa assim natural, o pessoal ia lá pra jogar um futebol, depois começava canta uma música e tal, e virou esse sucesso que foi, mas nós não, nós já propusemos isso é...proposital, a gente já criou isso com esse intuito mesmo, intuito de mostrar o Samba autoral, e disso, cara, eu tenho muito orgulho, de participar de vários deles e ainda participo, e qualquer um outro que tiver como...Agora tem mais um novo que é os Compositores do Brasil, eu também tô inserido nesse contexto, então aonde tiver, eu vou estar sempre presente com certeza.