My first Magazine A Luta Bebe Cerveja - Ana Sens | Page 52
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Se é para oxigenar o cérebro, oxigenamos também a arte. Outro que escreveu sobre bares foi
Dante Mendonça. Botecário, o Dicionário Internacional de Boteco, feito para ser uma junção
de várias histórias de bar. Caiu no gosto sabe de quem? Do Lula, ele mesmo. Pediu uma
edição para Dante. “É mentira essa história de que ele não lê, porque me pediu o livro”, ele
conta. Na última edição, um cartum de Lula lendo e bebendo água já logo na primeira página.
Ah, a ironia dos chargistas é coisa fina.
No Botecário, traduções em diversos idiomas de como se dar bem em um bar. Pedir uma
bera, etc. Bera é algo bem curitibano, diga-se de passagem. Em São Paulo é breja. Não
gostamos. É claro que não. Curitibano não se mistura. Ou mistura?
Diário da Tarde, 1973
Diz também que bar bom mesmo não é de uma gente só. Nem só da esquerda, nem só da
direita, mas do embate. E tem que ter um garçom amigo. Já se leu por aí que é difícil mesmo
achar um bom garçom, daqueles que se pode confiar de olho fechado. Confiar para trazer
seu pedido de cor, é claro, e um pouco mais. Sempre fechando a conta com um cafezinho.
“Bar tem que ter alma”, é o que diz o jornalista Nilson Monteiro. Pé-vermelho, está em Curitiba
há muito tempo e conhece bares para todos os lados. Mas não gosta de bares da moda. Para
ele, bar de verdade, bar bom mesmo, tem um quê a mais. As pessoas, as conversas, o