My first Magazine A Luta Bebe Cerveja - Ana Sens | Page 52

45 Se é para oxigenar o cérebro, oxigenamos também a arte. Outro que escreveu sobre bares foi Dante Mendonça. Botecário, o Dicionário Internacional de Boteco, feito para ser uma junção de várias histórias de bar. Caiu no gosto sabe de quem? Do Lula, ele mesmo. Pediu uma edição para Dante. “É mentira essa história de que ele não lê, porque me pediu o livro”, ele conta. Na última edição, um cartum de Lula lendo e bebendo água já logo na primeira página. Ah, a ironia dos chargistas é coisa fina. No Botecário, traduções em diversos idiomas de como se dar bem em um bar. Pedir uma bera, etc. Bera é algo bem curitibano, diga-se de passagem. Em São Paulo é breja. Não gostamos. É claro que não. Curitibano não se mistura. Ou mistura? Diário da Tarde, 1973 Diz também que bar bom mesmo não é de uma gente só. Nem só da esquerda, nem só da direita, mas do embate. E tem que ter um garçom amigo. Já se leu por aí que é difícil mesmo achar um bom garçom, daqueles que se pode confiar de olho fechado. Confiar para trazer seu pedido de cor, é claro, e um pouco mais. Sempre fechando a conta com um cafezinho. “Bar tem que ter alma”, é o que diz o jornalista Nilson Monteiro. Pé-vermelho, está em Curitiba há muito tempo e conhece bares para todos os lados. Mas não gosta de bares da moda. Para ele, bar de verdade, bar bom mesmo, tem um quê a mais. As pessoas, as conversas, o