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EDITORIAL
OS INÍCIOS , OS FINAIS E O CAMINHO .
Cascais , Joana Lopes Clemente
Chega-se , escuta-se , partilham-se dores e até sonhos , colocam-se as possibilidades no centro do debate , constrói-se uma proposta , que no abstrato da discussão , parece trazer uma solução a um problema , e depois , implementa-se um projeto . Movem-se esforços , envolvem-se as pessoas que devem participar na transformação necessária no ambiente , para resultar no impacto desejado . Analisam-se os resultados , extraem-se as aprendizagens , informam-se os decisores políticos das conclusões alcançadas . Espera-se , neste processo , ter deixado ferramentas que permitam a replicação da ideia até que ela e os resultados que produz , continuem a fazer sentido e a trazer valor às pessoas ! E findo um ciclo , há sempre um outro que começa . Nesta jornada de auscultar as pessoas com as quais trabalhamos e procurar soluções conjuntas para os problemas que vamos identificando e conhecendo em profundidade , sobretudo nas áreas da Saúde Materno-infantil , Educação e Ajuda Humanitária , o caminho vai-se fazendo de muitos inícios e finais . Neste número da mundoh , explanamos o final de projetos , que tiveram um impacto importante na vida de muita gente , ou que serviram de aprendizagem e ponto de partida para novos projetos ou , ainda , que , pela sua ambição e dimensão , não viram reunidas as condições para conhecerem uma continuidade . No meio de atividades , indicadores e relatórios , o que importa : as pessoas . Histórias individuais , únicas , mas com uma característica comum : uma pobreza profunda , entranhada em quase todos os aspetos da vida , que cobre de desespero o semblante de jovens e crianças , que mostram a sua desesperança cada vez mais cedo ! Os contextos onde trabalhamos , mas sobretudo as pessoas com as quais trabalhamos , precisam urgentemente de se tornar visíveis , porque apenas se forem visíveis para alguém , conseguirão que alguém se proponha procurar resolver consigo os seus complexos problemas . Nesta mundoh falamos de projetos que ficam para trás , dirigidos a pessoas que , para nós , continuam no centro : debaixo dos holofotes da nossa atenção e dedicação . As pessoas que , por um ou outro motivo , precisam de ver construídas pontes que lhes permitam o gozo de direitos fundamentais ligados à Educação e Escolarização , Saúde Materno-infantil e Nutricional , ou condições de sobrevivência em contextos de crise ! Agora versamos sobre um ciclo que fecha , e em breve teremos muito para dizer sobre as novas pontes , que nos propormos continuar a construir !