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PORTUGAL

apoio alimentar em Portugal : quando o distanciamento social nos aproxima .

Cascais , Catarina Marques e Miguel Jarimba
A Helpo , desde o primeiro momento em que Portugal decretou o Estado de Emergência devido à COVID-19 , teve que se reinventar nos vários territórios onde intervém e Portugal não foi exceção . Deparámo-nos com a necessidade de apoio alimentar por parte da comunidade , tanto nas famílias , que já apoiávamos de forma regular , como na restante população . Assim , surgiu o apoio alimentar em duas vertentes distintas : através do apoio à Junta de Freguesia de Cascais Estoril , na distribuição diária de refeições à população ; e da distribuição de cabazes alimentares às famílias , que ajudamos regularmente no âmbito das atividades de apoio à infância , nas Fontainhas .
ENTREGA DE REFEIÇÕES : Desde logo , decidimos apoiar a Junta de Freguesia Cascais e Estoril na entrega de refeições à população sinalizada pela Junta que , por vários motivos , tiveram de recorrer a esta ajuda . O que começou por ser apenas uma entrega de refeições , tornou-se , também , numa preocupação e cuidado pelo outro . Não íamos apenas entregar refeições , o nosso trabalho era muito mais que isso : começámos a ajudar as cozinheiras do Externato Nossa Senhora da Assunção , queríamos também saber se a Sra . Maria já tinha ido ao médico , se o Sr . Manuel já estava melhor das pernas , se o João estava a conseguir acompanhar os estudos em casa … Depois de mês e meio e de 2467 re- feições entregues , sentimos que o nosso apoio fez a diferença , “ ajudámos quem ajuda ” e quando o trabalho é assim feito , em colaboração , tudo é mais fácil .
ENTREGA DE CABAZES ALIMENTARES : Esta ação começou na identificação de necessidades , realizada às famílias apoiadas regularmente nas nossas atividades na Ludoteca das Fontainhas . Estes contactos com as famílias permitiram-nos conhecer como estavam a viver a situação e ajudar a diminuir o isolamento numa fase de incerteza . Ouvimos muitas vezes “ por enquanto ainda não precisamos , no futuro não sabemos como vai ser !”. Todos terminaram com um sentido agradecimento . A partir das necessidades identificadas , iniciámos a preparação e distribuição dos primeiros cabazes alimentares , que se repetiu várias vezes desde o dia 9 de abril até ao momento . A satisfação das pessoas ao receber o cabaz , ao perceberem que não estavam sozinhas , ao receberem a nossa visita , foi muito gratificante ! Algumas famílias diziam-nos que os filhos só saiam à rua nos dias em que lá íamos . E era no passeio e à distância que nos contavam as novidades , que nos assegurávamos que estavam a fazer os trabalhos de casa , e também onde ouvíamos os desabafos dos pais e as preocupações , onde todos nos diziam adeus e de onde ouvíamos os muitos “ Deus vos abençoe !”. Afinal , este não foi um momento de ‘ isolamento e de distanciamento ’, permitiu antes cultivar a proximidade das famílias que apoiamos o ano inteiro !