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ção em três postos de saúde. Fizemos
formação sobre boas práticas alimentares
na gravidez e infância a todos os
Agentes de Saúde Comunitária (ASC);
eles são um importante aliado na luta
contra a desnutrição, pois são muitas
vezes os primeiros a detetar sinais e a
encaminhar as famílias para tratamento
nas unidades de saúde. Estabelecemos
parceria com a FCNAUP – Faculdade de
Ciências da Nutrição e da Alimentação
da Universidade do Porto e com a ON –
Ordem dos Nutricionistas.
Em 2015, passámos as 1500 consultas
de nutrição e chegámos a cinco postos
de saúde de norte a sul do distrito
(Ribeira Afonso, Santana, Água Izé,
Voz da América e Claudino Faro). Esta
expansão geográfica possibilitou que
as famílias fossem encaminhadas para
a unidade de saúde mais próxima da
sua zona de residência e melhorou em
muito o acesso aos serviços de nutrição.
Mensalmente, as equipas móveis eram
realizadas em 27 comunidades do distrito
e chegavam a cerca de 2600 crianças
menores de 5 anos. O PANMI era já
visto como um modelo de referência
no tratamento da desnutrição materno
infantil em todo o país. Existiam, inclusive,
famílias de outros distritos que, por
terem ouvido falar que em Cantagalo se
tratavam as crianças “macaco” (nome
utilizado quando alguém se refere a
uma criança desnutrida), também queria
vir à consulta do PANMI.
No ano seguinte, demos mais um salto
“as crianças
hoje apoiadas
serão os adultos
de amanhã que
farão as suas
comunidades
saudáveis e
ativas”
e apostámos no trabalho de prevenção
nas comunidades. Acreditando que é
através do exemplo e da observação de
modelos que a mudança de comportamento
se torna mais efetiva, quisemos
ensinar a cozinhar de forma saudável e
no meio das reais condições em que as
famílias vivem. Nasceu assim o PAN-
MI – Comunidades, que mais não é, do
que sessões de culinária orientadas pelo
nutricionista da Helpo mas implementadas
pelas mães e mulheres das comunidades.
Em 2018, iniciou-se o projeto Fánhâ
Non (farinha nossa), com o desenvolvimento
de farinhas enriquecidas com
moringa, destinadas à alimentação infantil.
Pensadas não só para melhorar
o estado nutricional das crianças, mas
também para promover e valorizar os
alimentos locais. As sessões de culinária
têm agora uma maior diversidade de sabores
e apelam a uma alimentação mais
sustentável.
Com os sucessos à vista, a pedido do
Ministério da Saúde, começou a desenhar-se
a estratégia de alargamento
do PANMI para outros distritos do país.
Foram várias as visitas ao terreno para
levantamento de necessidades, a avaliação
nutricional de uma amostra de
crianças foi realizada em dois distritos
da ilha: Caué e Lembá, também a segurança
alimentar das famílias foi estudada
e ponderadas as necessidades das
duas áreas de saúde.
Foi com muito orgulho que, em finais
de 2019, foi realizada a primeira for-