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SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
Alargamento do PANMI
de passinhos de bebé…
a um salto distrital.
Cascais, Margarida Lopes
O Programa de Acompanhamento Nutricional Materno Infantil – PANMI - acompanha, através de consultas de nutrição
regulares, mães e crianças dos 0 aos 5 anos, malnutridas ou expostas a risco de malnutrição, assim como crianças em risco
nutricional por serem órfãs, filhas de pais adolescentes, filhas de pais alcoólicos ou que possuam uma doença crónica,
prestando aconselhamento, disponibilizando bens alimentares, bens de primeira necessidade e suplementos e monitorizando
e registando a evolução do estado de saúde dos beneficiários, até que o risco de malnutrição ou a malnutrição
tenham sido eliminados.
Estávamos em 2012 quando as
primeiras consultas de nutrição
materno-infantil chegaram
ao posto de saúde de Ribeira Afonso,
uma das comunidades mais a sul do
distrito de Cantagalo, em São Tomé e
Príncipe. A alimentação insuficiente e
as condições higiossanitárias do meio
são responsáveis por cerca de 30%
das crianças viverem com desnutrição.
Para fazer face a esta problemática
e contribuir para o seu retrocesso,
nasceu o Programa de Acompanhamento
Nutricional Materno Infantil
– PANMI. As crianças sinalizadas com
desnutrição ou em risco são acompanhadas
nas consultas de nutrição e a
todas é garantido, de forma constante,
apoio alimentar (leite em pó, feijão
e suplementos alimentares quando se
justifica) e bens de primeira necessidade
(produtos de higiene, roupa
e brinquedos didáticos). Quando os
casos de desnutrição são severos e associados
a outras complicações (como
diarreia, febre, malária) o tratamento
é feito em internamento, conta com
a presença de um médico e outros
profissionais de saúde e é necessário
recorrer a fórmulas terapêuticas para
recuperar o bom estado nutricional.
No fim deste ano tinham sido feitas 600
consultas de nutrição e eram 80 as crianças
que já beneficiavam do PANMI. Os
enfermeiros receberam formação para
diagnosticar e tratar corretamente os diferentes
tipos de desnutrição e implementou-se
o rastreio de nutrição durante
as equipas móveis, o que veio possibilitar
a sinalização precoce dos casos de desnutrição
feita nas comunidades. Desde
cedo, apostámos numa formação on the
job, num trabalho articulado com a nutricionista
da Helpo e com os técnicos da
área de saúde.
Em 2014, demos passos firmes rumo
a um crescimento mais sólido. Com o
apoio da Câmara Municipal de Cascais,
na aquisição de uma viatura, foi possível
ganhar maior independência nas deslocações.
As consultas de nutrição estenderam-se
para o posto de saúde de Santana,
que é capital de distrito e onde reside
a maior parte da população. Com isso foi
também possível melhorar significativamente
a realização das equipas móveis,
começaram a fazer-se mais saídas para o
terreno e a chegar a comunidades mais
longínquas com mais frequência.
Os meses foram passando, o trabalho foi
crescendo. Passámos a barreira das 100
crianças. Melhorámos as condições da
sala de apoio à alimentação dos internados,
equipámos os consultórios com
balanças e estadiómetros para aferir o
peso e a altura, fornecemos hemoglobinómetros
portáteis para que com maior
precisão se pudesse diagnosticar o grau
de anemia. Fizemos obras de reabilita-