MOÇAMBIQUE
o futuro a 50
quilómetros
de distância.
Cascais, Ondina Giga
C
abo Delgado, a província que
faz fronteira entre Moçambique
e a Tanzânia, tem aparecido fre-
quentemente nas notícias juntamente
com as palavras e expressões “aldeias
queimadas”, “grupos armados”, “insur-
gentes”, “mortos”, “jornalista detido”,
“explorações de gás”, “riqueza natural”.
A informação não é muita e não se sabe
muito mais do que palavras soltas em
relação ao que realmente traz a Provín-
cia mais a norte de Moçambique para
os meios de comunicação social. Desde
2017, que a zona é alvo de ataques por
grupos armados não identificados, aos
quais se atribui a morte de mais de 200
pessoas (segundo o site The New Huma-
nitarian). Quando se viaja de Pemba (ca-
pital da Província) a Mocímboa da Praia,
podem ver-se as aldeias com casas
queimadas mesmo à beira da estrada.
Os relatos falam ainda de pessoas com
medo, de deslocados internos, e de pais
que não enviam os filhos à escola. A “si-
tuação não está calma, não, não está cal-
ma”, diz o Professor Docta (Diretor da
Escola de Chinda), contando-nos que na
véspera um homem tinha sido morto,