Mulher Indígena: Voz e Vez na Resistência. | Page 18

"A letra da mulher indígena é coletiva: ela escreve com a voz da mata, da floresta, dos animais, das avós, dos avós, da aldeia, dos encantados. Auritha Tabajara sempre diz que como mulher indígena, ela escreve com muitas vozes, com as vozes do pertencimento.

Viemos à sociedade dominante reivindicar nossos nomes, tradições e lutar pela demarcação de nossos territórios tradicionais. Assim, o projeto Leia Mulheres Indígenas nasce com a intenção de reunir as escritoras, a fim de estabelecer muitos diálogos, e, com isso, desconstruir os estereótipos vigentes na cultura nacional sobre o corpo da mulher indígena, seu lugar no mundo, seus saberes tradicionais.

A força da mulher indígena emana da terra, da Mãe Terra, Pachamama, que nós nos permitamos vê-las e ouvi-las mais. Afinal, é chegado o tempo de falarmos sobre nossos direitos, nossas vozes, nossas memórias ancestrais, nossas histórias."

De Julie Dorrico para Visibilidade Indígena

ARTE FEMININA INDÍGENA

Daraia Tukano arara mensageira 2019

Daiara Tukano é uma jovem indígena do Povo Tukano do estado do Amazonas. Ela é professora, artista, ativista e coordenadora da Rádio Yandê, primeira web rádio indígena do Brasil. A artista retrata os aspectos (costumes, lendas, relação com a natureza, rituais)

da cultura do seu povo através de desenhos e pinturas utilizando tinta acrílica, nanquim e aquarela, e suas obras tem influência da cestaria e da cerâmica Tukano. Daiara faz a maioria das suas criações na floresta, em proporções pequenas. Para, depois, reproduzi-las de forma ampliada para comercialização – já que não costuma vender seus originais.

Arissana Pataxó, Sem título, 2009.

Arissana Pataxó Braz é artista plástica e arte-educadora. Trabalha com diferentes técnicas, de pintura a objetos, e também é professora. Porto Seguro, na Bahia, ela faz parte da comunidade indígena Pataxó. Em sua obra, desenvolve temáticas onde procura levar às pessoas conhecimento sobre a questão indígena no Brasil.

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