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Rapper indígena Katú Mirim: Eu vim pra questionar!"
Fonte: Katú Mirim, rapper paulista, é sinônimo de resistência indígena na cidade. 2019.
Katú Mirim, mulher, rapper, bissexual, mãe, ativista, moradora da periferia de São Paulo e indígena urbana, fundou em 2017 da etnomídia Visibilidade Indígena com o objetivo de ampliar a divulgação da arte, do cinema e da cultura indígena. Em 2019, fundou o CINENATIVO que disponibiliza gratuitamente conteúdo audiovisual online com foco no cinema indígena.
Como rapper, Katú faz arte e resistência e versa na canção Xondaria (em tradução livre do guarani mbyá, guerreira), “Somos netas das indígenas que vocês não conseguiram matar”. Na canção, Vestido de hipocrisia, ela aborda o uso da fantasia de índio e explica o quão ofensivo é essa atitude num país genocida que mata nativos sem nenhum alarde. Em entrevista ao site Reverb, Katú diz que é preciso desconstruir os estereótipos sobre os indígenas que se perpetuam por centenas de anos para que, assim, a sociedade os conheça e lute com eles. Ainda sobre estereótipos, Katú diz que vai a espaços onde esperam pela indiazinha do folclore, mas sua própria existência já os descontrói, pois ela chega com seu estilo, boné, tatuagens e microfone e usa a arte e o corpo como protesto.
Ilustração de Yacunã Tuxá
I
O processo de colonização no Brasil cristalizou, no imaginário popular, uma imagem padrão da pessoa indígena: figuras seminuas, com pinturas no corpo e cocar de penas na cabeça. Esse estereótipo muito antigo, construído pelo olhar de quem vem de fora, reforça uma ideia que não corresponde à diversidade dos povos. cada etnia com sua própria cosmogonia, saberes e modos de entender o mundo. A arte que produzem, por tabela, é muito mais diversa do que imaginamos. Não se trata só de artesanato, cestaria e miçangas.cada etnia com sua própria cosmogonia, saberes e modos de entender o mundo. A arte que produzem, por tabela, é muito mais diversa do que imaginamos. Não se trata só de artesanato, cestaria e miçangas.
"Temos de lidar com essa mentalidade do passado. O indígena é visto como tutelado e realmente incapaz. A gente foi muito objeto e, quando o objeto toma palavra, isso assusta os que nunca lidaram com isso, Através da arte e longe do estereótipo, jovens indígenas reafirmam hoje sua identidade."
Renata Tupinambá. 2019racema.htm?cmpid=copiaecola 2019.
pra refletir:
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" Ninguém aqui é Iracema!"