LARA PAGLIARIM – DESPEDIDA
E rufaram os tambores, sabia que agora não teria mais chances, só me restava
ver cabeças rolando, antes que a minha própria rolasse. Pois então? Como cheguei até
aqui, como saber de onde o passado começa para conseguir influenciar o futuro.
Desde meu nascimento? Ou desde que eu, no ventre de minha mãe estava ?
Sei que nada sei, e que de agora em diante nada mais saberei. E de que toda a
minha sabedoria serviu para poder mudar o presente?
Sei que nada sei e que um dia saberei, pois o que foi é o que sempre será, e o
que não foi um dia há de ser, para que eu, em outra vida, possa fazê-lo, vê-lo, vivê-lo,
ou na pior das hipóteses, revivê-lo...
41