Motoboy Magazine Edição 170 Motoboy Magazine Edição 170 - Dezembro de 2018 | Page 10
Ponto de Vista
Empresa séria e regulamentada
é que paga 13º, já os aplicativos...
Final de ano acaba sendo sempre um período de
responsabilidade dobrada dos empregadores e maior
tranquilidade por parte dos empregados, no que se
refere aos direitos do trabalhador para quem atua no
regime celetista.
Sim, estamos falando do 13º salário, garantia
assegurada e que deve ser cumprida pelos patrões,
aliás, vale lembrar os prazos para o pagamento desse
benefício: a segunda parcela deve ser paga até 20 de
dezembro, sendo que a primeira, o prazo era até 30
de novembro. Também vale destacar que o não paga-
mento ou atraso pode resultar em pesadas multas se a
empresa for autuada por um fiscal do trabalho.
Até alguns anos atrás, a maioria dos motofretistas
era contemplada com esse salário a mais nessa época
do ano, salvo os que trabalhavam em empresas não re-
gulamentadas, sem registro de funcionário, dentre ou-
tras irregularidades. Porém, dos últimos quatro anos
para cá, o número de motoboys que não recebe esse e
outros benefícios aumentou bastante após o advento
dos aplicativos de entregas rápidas, que agem de modo
irregular, desrespeitando a lei trabalhista.
É justamente nessa época que esses entregadores
por aplicativo se sentem mais fragilizados, desvalori-
zados e percebem a diferença entre trabalhar em uma
empresa séria, regulamentada e que valoriza e respeita
todos os direitos assegurados da categoria.
Outra triste realidade desses motoboys é a condi-
ção precária de trabalho. Recentemente, por exemplo,
a rádio BandNews relatou a denúncia de uma ouvinte
sobre a péssima situação em que trabalham motoboys
de um aplicativo com sede no entorno do Itaim Bibi.
O relato aponta a inexistência de local adequado para
os motocas aguardarem as chamadas, falta de água
potável, de banheiro, de espaço para comer, dentre
outros problemas.
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Também recentemente, motofretistas dessa mes-
ma empresa de aplicativos protestaram contra a preca-
rização do trabalho. Um dos manifestantes, porta-voz
do grupo, lamentava a redução do valor do frete pago
aos entregadores. “Está difícil de manter até a manu-
tenção da moto. Trabalhamos mais que dez, 12 horas
para poder ter um valor justo. Agora eles baixam o va-
lor, não dão condição de trabalho, não dão um pingo
de atenção, não respeitam a gente. Somos trabalhado-
res, pai de família, e dependemos dessa profissão para
sustentar nossa família”, disse o motoboy.
É por esses e outros motivos que devemos conti-
nuar nossa luta contra esse tipo de atuação irregular,
que desvaloriza os profissionais da área, não assegu-
rando o mínimo de condições básicas para a realiza-
ção de um trabalho digno. Fica aqui mais uma vez
nossa indignação a esse tipo de tratamento dado a
esses entregadores.
Quanto aos empresários do setor de motofrete
que atendem a todas as normas e regras para um aten-
dimento justo e correto, nossa mensagem é que sigam
em frente com o seu trabalho. O tempo e a realidade já
estão mostrando a todos, tomadores de serviços e co-
laboradores motoboys, que a valorização profissional
é fundamental para uma prestação de serviço segura
e de qualidade.
Por Fernando Souza
Presidente do SEDERSP