Motoboy Magazine Edição 168 Motoboy Magazine ED 168 - PDF | Page 38
Reflexão
Pode ser que um dia desses...
“Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois consideraste a minha aflição; conheceste
a minha alma nas angústias.” Salmo 31: 7
Algum dia, num dia qualquer como hoje, tão
somente num dia simples como esse de sol forte,
nuvens esparsas e brisas leves, o chão abra-se sob
mim. E num dia como esse em que nunca espera-
mos pelo pior, e o esse sol transformar-se em tre-
vas, e aquelas nuvens em forte tempestade e as bri-
sas em ventos fortes, eu seja engolido pelo mundo.
Pode ser que, num dia desses, o que mais dese-
je seja exatamente o descanso enfim, a ausência da
dor e o desaparecimento da angústia. Pode ser que,
num dia que saiu do comum para a tragédia eu pen-
se mais em fugir do que lutar, me entregar em vez
de encarar e observar o tempo do relógio apenas
como um detalhe não significando absolutamen-
te nada. Pode ser que num dia desses tudo que eu
queira seja o silêncio e que, ao fechar os olhos, tudo
se aquiete.
Pode ser que num dia desses eu perca a esperan-
ça de ter esperança, de sentir o que sinto, de chorar
o que já não tem mais lágrimas. Pode ser que tudo
isso de fato aconteça, mas sei que o Senhor Jesus
estará lá, firme e forte diante de tudo para segurar
minha mão e, juntos, atravessarmos o vale das som-
bras. Quem me dera minha vida fosse uma sinfonia
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tocada pela melhor orquestra do mundo. Mas não é!
Quem me dera minha vida fosse um imenso jar-
dim de flores multicoloridas. Mas não é! Quem me
dera, alma minha, que não fosse escrava de mim.
Quem me dera você fosse livre... de mim. Pode
ser que um dia desses, alma querida, isso não mais
aconteça e você seja livre. Livre para estar com
quem a ama de verdade, que te fez por amor e que
lhe considera jóia prima da criação dEle, mas, tei-
moso que sou, insisto em prendê-la, achando que
me pertence quando na verdade você é que é livre,
não eu.
Sou mesmo preso a minha humanidade,
minha mesquinhez, meu egoísmo. E somente a gra-
ça de Jesus Cristo para me fazer entender que eu é
que devo tratá-la bem e não você a mim. Por quê?
Porque um dia você irá para o Senhor.
Quanto a mim, bem, um dia voltarei para o pó
do qual fui feito. Preciso deixar que a voz do Santo
dos santos fale em meu coração alma minha, para
que em um dia desses, possamos viver em paz. No
fundo, desejo tanto sua liberdade quanto a minha.
Texto: Pedro Pimenta