Motoboy Magazine Edição 168 Motoboy Magazine ED 168 - PDF | Page 24
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são motociclistas inexperientes tentando ser moto-
boys, não fizeram curso, não são regulamentados
e não tem experiência apropriada para exercer tal
profissão. A grande maioria ainda usa vestes ina-
propriadas, como calças finas, tênis, entre outros
itens não indicados para pilotar uma motocicleta.
Muitos nem usam mais o baú, existindo nesse fato
uma falta de caracterização do segmento. Para mui-
tos, ao ver alguém pilotando uma moto street 125cc
ou 150cc ele já é um motoboy, mas nem sempre é.
Quanto a segurança do profissional, existe muito
pouca proteção, quando na verdade todos os mo-
toboys deveriam, ter sua moto com placa vermelha,
mata cachorro, antena corta pipa e um baú instala-
do na motocicleta. Já na parte de vestimentas eles
no mínimo deveriam usar calças mais resistentes,
jaquetas apropriadas com proteção para os mem-
bros, botas, luvas e bons capacetes. Além de que,
o próprio motoboy tem que reconhecer que precisa
ser mais profissional, estar dentro da lei, trabalhar
na regularidade, exercer sua função de forma legal,
conhecer bem a cidade, bairros, ruas e avenidas, ser
comunicativo, educado e ter no mínimo orgulho de
estar trabalhando na profissão.
Sem identidade, onde a profissão vai
parar?
Muitos motoboys que estão atuando na profis-
são começaram a andar de moto ali no seu bairro,
e enxergando a possibilidade de ganhar dinheiro
utilizando a moto como ferramenta de trabalho, fo-
ram para ruas ganhar salários quando nada tinham,
muitos são contratados por empresas irregulares,
que não pagam impostos, que não registram e não
estão preocupados com o motoboy e querem mais
é tirar lucro em cima do trabalho. Pior que, quem
perde com isso são os próprios profissionais e a
profissão que a cada ano que passa parece menos
qualificada para tal serviço.
Outro meio que surgiu para explorar os servi-
ços prestados por estes nobres trabalhadores, foram
os aplicativos, que é uma ilusão quando se trata de
valorização da profissão, além de que os aplicati-
vos tem sido uma pedra no sapato das empresas de
entregas rápidas, que não conseguem mais contra-
tar profissionais que queiram trabalhar registrados
justamente por conta dos aplicativos que tem defa-
sado o preço dos serviços prestados. Os aplicati-
vos, podem até ter sido bem vindo pelos próprios
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motoboys, o problema é que eles esquecem de que
vão ter que correr mais riscos também. Mas isso se
deve também, a falta valorização da profissão, em-
presas que lucram muito e não dividem parte desse
ganho com motoboys que ganham pouco, então o
que dizer dessa incógnita?
É preciso um repensar no sistema atual em con-
junto com todos os envolvidos, motociclistas, sin-
dicatos e poder público para que haja respostas rá-
pidas para soluções antigas. Também é preciso mais
cursos de capacitação gratuitos e ajustes de conduta
entre empresariado e motociclistas. É preciso mais
divisão de lucros para somar conquistas e bater de
frente com as empresas de aplicativos de motofrete,
que devem obedecer as leis trabalhistas já conquis-
tadas. Isso, também faria com que a concorrência
fosse mais equilibrada.
Empenho de todos pode mudar situação
atual
Essa reportagem da Revista Motoboy Magazi-
ne apurou que o verdadeiro motoboy é aquele que
em primeiro lugar, tem amor e dá valor a sua pró-
pria vida, sabe que precisar ir e vir, não se arrisca
e procura ser um bom profissional no exercício da
profissão. Também constatou-se que é necessário as
empresas e próprio segmento tomarem consciência
que estes profissionais estão prestando serviços
para sua empresa, para seus clientes, que estão, po-
rém, expostos no trânsito, que são seres humanos
que possuem família, filhos, pagam contas, comem,
bebem, consomem e que, essencialmente, precisam
de atenção, dignidade e segurança para trabalhar.
Se toda categoria sonha com dias melhores, é
preciso conscientização, capacitação, adequação
como também na valorização da profissão, afinal
de contas, o motoboy profissional qualificado hoje,
vale ouro.