Motoboy Magazine Edição 166 PDF EDIÇÃO 166 - AGOSTO | Page 20

Notícias Brasil Audiência pública do MPT do Paraná aborda aplicativos de entrega no motofrete Na ocasião foi discutida a chamada “economia sob demanda” e a tutela dos direitos sociais. A ideia, segundo o procurador do MPT-PR, Alberto Emiliano de Oliveira Neto, era discutir como os avanços tecnológicos afetam o mundo do trabalho, especialmente em função dos empregos por meio de plataformas digitais. O professor e pesquisados da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Eugênio Delamestro Corassa, falou sobre a Economia Gig (Economia Compartilhada) e também sobre o que ele chama de “economia de bicos”. Conforme o professor, os trabalhadores que são microempreendedores- parceiros, que só podem trabalhar pelo aplicativo, e cujas empresas dizem que são apenas intermediárias, são de tecnologia e oferecem apenas o software, é uma contradição. Ele entende que os trabalhadores de app devem ser sindicalizados para não serem encarados como um cartel e, ao mesmo tempo, terem seus direitos garantidos. A reclamação dos motofretistas presentes ao eventos é quanto aos direitos trabalhistas que eles não têm. Algumas empresas, inclusive, têm em seu rol de trabalhadores, motofretistas que não têm regulamentação e são inexperientes com o motofrete. Já o advogado 20 motoboymagazine trabalhista Fabrício Gonçalves, disse que as plataformas são uma forma de precarização do trabalho e o grande problema é o vínculo de emprego, que é meramente interno. O advogado André Ziper, cuja tema de doutorado foi plataformas digitais, fez um diagnóstico sombrio do futuro. Segundo ele, daqui a 20 anos, não haverá mais subordinação, e 25% do trabalho será feito por aplicativos. Em 15 anos, afirma ele, 68% do trabalho que existe hoje vão desaparecer, e 47% dos trabalhadores que existem hoje não vão mais desempenhar a mesma função, que deixou de existir. Segundo ele, além das conquistas trabalhistas que os sindicatos trazem para as suas categorias, ainda são essas entidades que realmente cobram das autoridades o que precisa ser feito. E citou como exemplo o fato de a Lei 12009/09 não ser fiscalizada. “Cobramos e recobramos a fiscalização. Pedimos sempre que as empresas contratem profissionais regulamentados. A entidade sindical realmente pega no pé e vamos ter o êxito que queremos se não desistirmos de lutar”, completa.