Este mês impôem-se falar do desafio constante que é o Outono. E não falo do Outono como uma mera estação do ano, ciclicamente em mutação pela ordem do decurso dos anos.
Assim gostava de abordar o que é o Outono nos anos humanos. Vivemos, ao longo das nossas vidas, várias fases, vários padrões que simbolizam o nosso crescimento e a nossa descoberta enquanto seres existenciais. Participamos numa primavera absolutamente intemporal, passamos por um verão quente, ardente e rebelde. E a seguir entramos num outono circunflexo, antes de mergulharmos no gelo do inverno. Digo circunflexo, porque se existe estação que reflecte a variabilidade entre andarmos dentro e fora de nós, é o Outono. Ficamos prostrados na "queda da folha", sentindo que também nós podemos estar em queda. E cada Caminho terá o seu Outono, a parte onde viaja de forma vertiginosa até aos profundos contornos do seu ser. O equilibrio volta a ter um papel de destaque neste Outono. Quem encontra o lugar que medeia entre o excitado e o depressivo, consegue vivenciar um Outono repleto de oportunidades, percebendo que em certas alturas do Caminho, é necessário desafiarmo-nos através das "quedas" que damos, o frio que daí sentimos com o inverno, para só depois conseguirmos renascer e renovar a nossa essência e assim crescer como seres humanos.
Aproveito para destacar neste numero, o artigo sobre sustentabilidade de João Armando, que irá nos dar o prazer dos seus artigos aqui todos os meses
a palavra
do et(h)er