Minha primeira publicação Cartilha Gestação, Parto e Puerpério | Page 12

se tornar perigoso e assim, prejudicar a saúde do bebê. vendo o acesso às informações e acolhimento necessário para que tenham a autonomia. A maioria das mulheres no início da gestação expressa a vontade de escolher como via de nascimento o parto normal, mas, são desestimuladas ao longo do pré-natal, e acabam tendo seus filhos por meio de uma cesariana. Por outro lado, quando o parto vaginal é realizado, muitas das vezes ele ocorre de forma desres- peitosa, com procedimentos e intervenções que não colabo- ram com os processos naturais do próprio corpo, e com base 12 em afirmações falsas sobre as condições de saúde da gestan- te e do bebê, criando mitos que colocam no corpo da mulher a culpa e o defeito de ‘não conse- guirem’. Assim, você já deve ter ouvido falar em ‘bacia estreita’, ‘não tem passagem’, ‘passou do tempo’, cordão enrolado que ‘enforca’, ‘placenta velha’ entre outras situações que colocam gestantes na dúvida da sua pró- pria capacidade de trazer seu filho ao mundo. Ao longo das últimas décadas, esses mitos foram naturalizados, de forma que se nossa socieda- de acredita que o parto possa Acreditamos que toda mulher merece ter um parto digno e respeitoso, através de uma educação perinatal, que a trate como pessoa capaz de receber informações constantes e atua- lizadas sobre o processo repro- dutivo, baseadas em evidências científicas indicadas pela Or- ganização Mundial de Saúde, incluindo as modalidades de in- tervenção e procedimentos ou exames, realmente necessários. Você sabe quem pode ser considerado violento nesse momento? São todos os pro- fissionais que mantêm conta- to com a mulher grávida no âmbito do serviço de saúde e que, eventualmente, exerçam o atendimento com atos como os exemplificados a seguir: • Frases agressivas sobre cor, raça, etnia, idade, escolaridade, religião, estado civil, condição socioeconômica, orientação sexual, número de filhas/os, odores, quantidade de parceiros, etc.; • Recusa em assinar, protocolar, respeitar o plano de parto; • Ameaças à mulher, acompanhante, bebê em decorrência da negativa de algum ato; • Negativa ou desestímulo a uma segunda opinião obstétrica, em caso de divergência entre as evidências científicas e o profissional de saúde; • Realização rotineira de exame de toque sem autorização ou anuência da mulher; • Agendamento de cirurgia sem a devida recomendação, sem o consentimento da mulher e/ou com simulação do pedido. Foi vítima de Violência Obstétrica na gestação? Não fique calada! Relate seu caso no canal www.violenciaobstetricafale.com.br e veja como obter ajuda na seção 2.5 desta cartilha. 13