Military Review Edição Brasileira Quarto Trimestre 2016 | Page 58
(Foto de John Voo, Flickr))
Uma aeronave
como o avião
de ataque leve
Beechcraft AT-6
pode fornecer ao
Exército dos EUA
uma plataforma
econômica e extremamente capaz,
para reforçar suas
necessidades
de apoio aéreo
aproximado. A
aeronave pode
transportar uma
grande variedade
de munições dos
EUA e da OTAN.
particularmente significativo é o custo marginal de cada
aeronave em relação à que a precedeu. Com apenas duas
exceções, desde os anos 50 (A-10 Thunderbolt II e F-16),
os custos marginais ultrapassaram 200%. Esse é um fato
desagradável para as MRA. Ironicamente, esses aumentos de custo resultaram em uma quantidade menor
de aeronaves sendo produzidas e em um desempenho
relativamente fraco, quando comparadas a aeronaves de
finalidade única. Por outro lado, há uma infinidade de
exemplos de aeronaves que foram projetadas para uma
missão específica, mas que acabaram apresentando um
bom desempenho em várias missões. Vale considerar o
P-51 Mustang, que dominou os céus da Europa durante
a Segunda Guerra Mundial como um caça, caça-bombardeiro e aeronave de reconhecimento, apenas para
sair do armazenamento durante a Guerra da Coreia —
quando os jatos da Força Aérea dos EUA executaram
mal o apoio aéreo aproximado — como o F-5110.
Obstáculos ao Apoio Aéreo
Aproximado do Exército
A atual doutrina e pensamento organizacional do
Exército dos EUA impossibilitam que sua Aviação utilize aeronaves de ataque de asa fixa. Além disso, não lhe
é permitido possuí-las, pelo menos no papel. Contudo,
isso não impediu que a Força operasse sistemas aéreos
não tripulados armados de asa fixa de quase todos os
tipos. Essas plataformas são lançadas e operadas por
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unidades do Exército no espaço aéreo controlado pela
Força Aérea sem problemas. Além disso, os helicópteros do Exército dos EUA operam, rotineiramente, com
os controladores terrestres e aéreos da Força Aérea sem
problemas, muitas vezes acima da altitude de coordenação. Assim, haveria alguma diferença em relação a uma
aeronave de ataque de asa fixa do Exército que executasse as mesmas tarefas?
No nível tático, o Exército dos EUA requer uma
aeronave capaz de preencher a lacuna de capacidade
entre seus helicópteros e os jatos da Força Aérea. As
aeronaves de asa fixa oferecem grandes vantagens em
relação aos helicópteros em termos de velocidade, autonomia de voo (loiter time) e custo. Assim, considerando
a aversão histórica da Força Aérea dos EUA ao apoio
aéreo aproximado e as atuais restrições orçamentárias,
exacerbadas pela perda iminente de suas capacidades
com a retirada de serviço do A-10 Thunderbolt II, o
Exército precisará de uma nova abordagem, para continuar a obter o apoio aéreo aproximado para as forças
terrestres no futuro. Em suma, se o apoio aéreo aproximado é um componente essencial da manobra de armas
combinadas — o que é o caso, segundo a Doutrina do
Exército dos EUA —, a Força deveria ter aeronaves de
ataque de asa fixa orgânicas, a fim de proporcionar o
amplo espectro do apoio aéreo.
Além disso, a entrada em serviço dessas aeronaves
permitiria que a Força Aérea dos EUA se concentrasse
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