Military Review Edição Brasileira Julho-Setembro 2016 | Page 31

DESAFIOS DO AFRICOM
Dois navios do 2o Grupo Marítimo Permanente da OTAN ( SNMG2 , na sigla em inglês ), o navio capitânia , FGS Hamburg ( da Alemanha ), e o HDMS Absalon ( da Dinamarca ), chegam para uma visita ao porto de Haifa , Israel , 7 Dez 15 .
atenção , às custas do AFRICOM . Vários desafios fazem com que o CENTCOM esgote continuamente os meios militares americanos . Esses desafios incluem a instabilidade no Egito , a ascensão do Estado Islâmico , os esforços iranianos para obter armas nucleares , as ameaças iranianas contra aliados norte-americanos no Oriente Médio , a insegurança no tráfego de produtos petrolíferos do Golfo Pérsico , a guerra civil no Iêmen e a instabilidade no Afeganistão .
Por último , o Comando Europeu dos EUA ( EUCOM ), antigamente considerado um comando do “ dividendo de paz ” após a queda do Pacto de Varsóvia e da União Soviética , está completamente engajado na reconstrução das capacidades militares da OTAN , para se reconcentrar na novamente agressiva Rússia . Assim , com os gastos norte-americanos de defesa limitados sob o impacto de cortes orçamentários , apesar da aumentada instabilidade e incerteza por todo o mundo , essas exigências significam que o AFRICOM lutará por recursos para lidar com os seus diversos desafios .
Complicando as missões do AFRICOM , o comando precisa projetar poder terrestre no interior do continente . Apenas em Djibuti , na região do Chifre da África , temos uma presença militar contínua , concentrada nas operações contraterroristas6 . A falta de uma grande força terrestre dos EUA na África é compelida pela aversão local a uma grande presença militar americano “ permanente ” no continente7 . Com o tempo , esse sentimento pode mudar , conforme as pessoas e os governos vejam que nossas atividades os ajudam , sem infringir suas autonomias . Até lá , nossa presença terrestre precisa necessariamente ser pequena e temporária , capaz de mudar , aumentar e diminuir , conforme a missão específica .
O resultado é que o AFRICOM carece de suficientes unidades de manobra terrestre desdobradas dentro da sua área de responsabilidade para realizar as suas missões . No início de 2015 , quando o Exército declarou
( Imagem cortesia da OTAN ) que tinha um batalhão de infantaria posicionado em Djibuti , essa unidade permaneceu longe da maioria do continente africano8 . Mesmo a recém-estabelecida força de reação rápida africana do Corpo de Fuzileiros Navais ( CFN ), baseada em Morón , na Espanha , com meios aéreos MV-22 designados , a pedido do AFRICOM , tem um raio de ação restringido , limitado ao noroeste da África9 .
Para desdobrar os fuzileiros navais da Espanha além do alcance das suas aeronaves ou para deslocar as unidades terrestres em Djibuti para uma distância significativa , o AFRICOM precisa de mais capacidades de transporte . Segundo um relatório por Sam LaGrone , “ O CFN está , da mesma forma , buscando reforçar as unidades de desdobramento terrestre SPMAGTF [ força-tarefa ar-terra dos fuzileiros navais com finalidades especiais , na sigla em inglês ] em Morón e Sigonella , na Itália , com um componente marítimo que incluiria navios não tradicionais , dos quais os fuzileiros podem ser
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