Mente & Corpo - 1ª Edição | Page 15

Portanto, quando colocamos um CD para tocar, não estamos escutando música apenas por lazer, mas também como efeito terapêutico, a fim de estimular áreas do nosso cérebro que irão despertar importantes potenciais de aprendizagem, mesmo que inconscientemente. Além disso, nossos batimentos cardíacos, frequência respiratória e ritmos elétricos cerebrais também mudam conforme as melodias e ritmos. Ou seja, nosso coração ficará mais acelerado quando ouvirmos rock, do que quando ouvimos música clássica.

Segundo estudos feitos pela reportagem da UOL, as músicas possuem um impacto nas emoções e comportamentos humanos, e também na saúde. Quando estamos ouvindo alguma canção, ou tocando um instrumento musical, várias áreas do nosso cérebro serão instigadas. De acordo com Eliseth Leão, pesquisadora do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, para o estudo da revista Abril diz que as regiões responsáveis por atividades motoras, memória, linguagem e sentimentos são recrutadas para interpretar os estímulos sonoros que chegam no cérebro.

Desse modo, os trabalhos e estudos mais relevantes sobre a musicoterapia tiveram início na psiquiatria, ajudando a curar doenças como ansiedade e depressão. Conforme o fisiologista Vitor Engrácia, as músicas têm capacidade de reduzir o nível de estresse durante o procedimento cirúrgico, por exemplo. É possível observar essa atividade em um dos episódios da série Grey´s Anatomy, em que o neurocirurgião Tom Koracik costuma realizar cirurgias ouvindo músicas para se concentrar ainda mais para salvar seus pacientes.

Tom Koracik costuma realizar cirurgias ouvindo músicas para se concentrar ainda mais para salvar seus pacientes.

Portanto, a musicoterapia aplica a música em si como um complemento aos tratamentos tradicionais para saúde mental. Segundo o musicoterapeuta José Davison da Silva Junior, os profissionais utilizam técnicas que envolvem a recriação de sons, audição, instrumentos musicais e a composição.

Contudo, para isso, é necessário levar em consideração o histórico de cada paciente. Essa área pode ser utilizada em diversas situações como, por exemplo, nos casos de crianças portadores de autismo a fim de estimular a interação saudável com amigos e familiares. Algumas das utilizações da musicoterapia também podem ser destinadas ao tratamento de outras doenças como estresse, acidente vascular cerebral, déficit de aprendizado, Parkinson, Alzheimer, além da depressão e ansiedade.

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