MegaZine 0.1 - Suplemento #1 - Ago 2015 | Page 6

multidão. Relativamente à sua questão, no geral, há um sistema que pede ao consumidor para que pague o produto “a pronto” e outro sistema em que se pede ao consumidor que pague por conteúdos de download adicional. A este último, as pessoas tradicionalmente chamam-lhes “free-to-play” (grátis para jogar). Contudo, como a Nintendo é uma empresa que quer dar o valor devido aos jogos, não queremos utilizar a terminologia de “free-to-play”, mas antes “free-to-start” (grátis para começar), já que para nós, este termo descreve melhor o que acontece: podem começar o jogo gratuitamente. E a verdade é uma: software de jogo em que o comprador tem de “pagar a pronto” não tende a ter grande sucesso nos “smart devices”. (…) Acreditamos que não devemos limitar os nossos sistema de pagamentos apenas ao sistema de “pronto pagamento”, embora não possamos afirmar que esta será sempre a política que iremos adoptar, já que diferentes tipos de abordagem atendem diferentes tipos de títulos. (…) Pretendem ser mais proactivos no lançamento de merchandising? Por exemplo, as personagens Ash, Misty, May, Iris, Serena e Dawn de Pokémon, são muito populares pelo mundo fora e deveria ser lucrativo para a empresa fazer merchandising destas achassem interessantes. Também há o risco de estragar o efeito surpresa para os consumidores. Todos estes factores são prejudiciais para a empresa e, em último, para vocês, accionistas, por isso agradeço a vossa compreensão sobre este assunto. Quanto à sua preocupação com o que irá acontecer com a Wii U ou com o que irá acontecer com a Nintendo 3DS, a NX será uma nova plataforma, o que significa que teremos de a trabalhar do zero. Quando a NX for lançada, já haverá um largo número de consolas 3DS e Wii U no mercado, por isso, e de um ponto de vista de negócio, seria altamente ineficaz parar a produção de títulos para a Nintendo 3DS ou Wii U logo após o lançamento da NX. Portanto, enquanto estamos a preparar o lançamento da NX, estamos também a discutir com as nossas equipas de desenvolvimento interno, bem como os nossos parceiros editores sobre como podemos continuar a produzir software para a Wii U e Nintendo 3DS. Por isso, acredito que esse seu foco de preocupação não deverá acontecer no imediato. (…) Como é que serão vendidas as aplicações para smatphones e tablets? Vão optar pela opção de compra directa (como acontece com os jogos que se compram numa loja) ou vão optar pelo download grátis com compras na aplicação? (…) Aplicações para smartphones e tablets estão a chamar à atenção da indústria dos videojogos porque muita gente pelo mundo fora tem um destes dispositivos e muitas aplicações se tornaram bastante rentáveis depois de se tornarem bastante populares. Por outro lado, a concorrência entre os produtores tem sido de tal forma feroz que a Nintendo não consegue ter sucesso apenas ao lançar um título sonante. Qualquer empresa que lance uma aplicação para “smart devices”, terá de enfrentar uma série de desafios para se conseguir destacar no meio da personagens. Ou, mesmo que não seja a Nintendo directamente a fazê-las, trabalhar com outras empresas para que tal aconteça. (…) Temos discutido internamente que devemos ser mais proactivos e é imperativo que se estabeleça uma estrutura global para que este negócio arranque pelo mundo fora. Como a maior parte das nossas vendas acontecem fora do Japão, temos várias ideias em mente para colaborações em licenciamentos pelos Estados Unidos e Europa. E esta expansão não será limitada a merchandise, poderá tomar várias formas, como por exemplo, imagens ou mesmo filmes ou programas de televisão. Embora não esteja certo, é seguro dizer que para além de licenciamentos lucrativos, a Nintendo irá tomar alguns riscos que achemos que sejam compensatórios. Por outro lado, há um número elevado de empresas que acabaram por ficar com inúmeros “restos” em stock de material licenciado, devido ao tempo de vida curto que tinham