4
EDITORIAIS
TURISMO EM DADOS
Diferenciais competitivos
Roy Taylor
O mundo do Turismo mu-
dou. Hoje o consumidor está
muito mais bem informado,
mais conectado e tem todos os
produtos que precisa para viajar
na palma da mão. Quem não
entendeu isso, certamente já foi
engolido pelo mercado. Outro
ponto, no entanto, é que o agen-
te de viagens continua na moda.
Não falo daqueles que não se
atualizaram e seguem atuando
como tiradores de pedido. Mas
do bom agente. Aquele que
se informa, busca produtos,
nichos e procura conhecer o
seu cliente.
Mesmo que a viagem já tenha
entrado na cesta de consumo
do brasileiro, os orçamentos
estão mais restritos. Por isso,
as pessoas têm buscado mais
os agentes de viagens, pois só
ele tem o expertise para indicar
melhores produtos e destinos.
Criatividade e informação são
essenciais para atender melhor
os seus clientes.
Entendemos que o nosso
papel passa a ser ainda mais
importante para o profissio-
nal de Turismo, especialmente
para o agente de viagens. Estar
informado sobre novidades do
mercado, produtos, destinos e
estar preparado para indicar e
colocar o cliente certo na via-
gem certa é algo que precisa
de dedicação. E aqui, nos dedi-
camos a informar tudo que há
de novidades e o que de mais
importante acontece no setor.
O objetivo é dar subsídio para
todos que atuam no Turismo
para tomadas de decisão e es-
colha de fornecedores.
Não apenas para o agente de
viagens, mas o papel de uma
mídia especializada neste mo-
mento é também essencial para
as marcas. Mais do que nunca,
elas precisam estar próximas do
agente. Mostrar diferenciais,
vantagens e, sobretudo, estar
presente. No Brasil da última
década, a lição a se tirar é que
a escolha de fornecedores deve
ser cada vez mais cuidadosa.
Muitas agências e operadoras
fecharam ou tiveram enormes
prejuízos por conta disso.
Por isso, estamos preparando
um 2020 com muitas novida-
des, com prestação de serviços
para o profissional do setor e
com ferramentas para que as
marcas possam se mostrar de
formas cada vez mais asserti-
vas para o trade. O setor como
um todo segue otimista para
o próximo ano e o espaço na
busca por clientes será dispu-
tado palmo a palmo. Por isso,
estar presente e aparecer será,
com certeza, um diferencial
competitivo.
Seis em cada dez voos internacionais
no Brasil decolam de São Paulo
Igor Regis
Semanalmente exatos 1.076 voos decolam
de aerop ortos brasileiros com destino ao
exterior. Deste total, 626 voos saem do Ae-
roporto de Guarulhos, em São Paulo, número
que corresponde a 58,18% das frequências
no País. Se considerar os 41 voos semanais
de Viracop os, em Ca mpina s, o s egundo
aerop orto inter naciona l do es t ado, es te
percentual sobe para 61,99%. Isso significa
que de cada dez voos inter nacionais que
decolam no Brasil, seis decolam do estado
de São Paulo.
Se considerada a oferta de assentos, os
números são ainda maiores. Dos 253.154
assentos disponíveis em voos internacionais
por semana, 167.599 (66,2%) saem do estado,
sendo 157.648 de Guarulhos (62,27%) e 9.951
de Viracopos (3,93%). Os terminais ocupam
a primeira e a terceira posição entre os ae-
roportos com maiores oferta de lugares em
voos internacionais. A segunda posição fica
com Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro,
que conta com 43.280 assentos, 17,10% do
total, distribuídos por 186 voos semanais.
Com um voo a mais que Viracopos, mas
uma oferta de assentos menor, está Brasília.
A capital federal tem uma oferta semanal de
8.227 lugares (3,25%), com um total de 42
voos internacionais semanais. Com 41 voos,
Porto Alegre ocupa junto com Viracopos a
quarta posição em número de voos, mas fica
em quinto quando o assunto é oferta. A capi-
tal do Rio Grande do Sul tem 6.185 assentos
por semana, 2,4 4% da oferta. Na sequência,
aprecem três estados do Nordeste: Fortaleza
(24 voos), Salvador (21) e Recife (20).
Cidades brasileiras com Voos Internacionais
(Dados Mensais)
Roy Taylor é fundador
e presidente do
Mercado & Eventos
Bons ventos para 2020
Anderson Masetto
O final do ano está che-
gando e com ele a tempo-
rada de confraternizações
e convenções. Com base
nos eventos em que o M&E
esteve presente até aqui
podemos afirmar: o clima
de otimismo está instalado
no Turismo. Empresas, en-
tidades e o trade em geral
esperam ansiosamente por
2020, pois “tudo será me-
lhor”. Será? Qual o real mo-
tivo de tanta empolgação? A
verdade é que não trata-se
de algo palpável. Não há
perspectiva de que o dólar
caia de forma significativa
a curto prazo, a previsão de
crescimento da economia,
ainda que maior do que a
deste ano, é ainda pequena,
a taxa de desemprego vem
caindo, mas ainda de forma
tímida.
Então, por que tanto oti-
mismo? Diferente da pergun-
ta, a resposta é complexa.
Atuamos na indústria da fe-
licidade. E quem vende pes-
simismo, sinto em afirmar,
não serve para o Turismo.
É fato que 2019 foi melhor
do que 2018 e este é um dos
motivos para o otimismo. O
nível de endividamento das
famílias caiu, menos de 1%,
mas caiu. O aquecimento das
vendas para a temporada de
verão é um fator que ajuda a
explicar. O grande número
de feriados prolongados em
2020 também. São vários
fatores, mas nenhum deles
consegue garantir que no
ano que vem a economia
vai crescer além do esperado
e teremos mais brasileiros
viajando.
Longe de querer repli-
car discursos subjetivos ou
frases feitas de auto-ajuda,
ouso a dizer que o motivo de
tanto otimismo é o próprio
otimismo. Em um passado
não muito distante, quando
estávamos em um compas-
so de espera da redução do
IRRF de 25 para 6% e uma
economia prestes a entrar em
colapso, as vendas pratica-
mente estagnaram. Isso por-
que não havia perspectivas.
Sendo mais objetivo, a in-
dústria do Turismo tem uma
característica bem diferente
de demais setores da eco-
nomia. Ela responde muito
rápido, seja para fatores po-
sitivos como negativos.
Dados de empresas e de
todas as associações, até
aqui, mostram que o ano
foi de avanço. Mas, para
que tais previsões otimistas
se concretizem em 2020 é
necessário prosseguir com
algumas ações, entre elas
a redução do IRRF, a conti-
nuidade das concessões de
aeroportos, a liberação dos
cassinos em resorts e mais
investimentos em promoção.
O caminho, certamente, é
o do otimismo, mas para que
se tenha algo mais concre-
to é preciso que o governo
siga valorizando o Turismo
e o trade continue inovan-
do e criando produtos que
se encaixam no perfil do
novo consumidor brasileiro:
conectado, bem informa-
do e com orçamentos mais
restritos.
Anderson Masetto é
jornalista, pós-graduado
em Comunicação
Jornalística e editor-chefe do
Mercado & Eventos
Oferta de assentos por região