O desempenho educacional é um fator fundamental para uma inserção mais qualificada no mercado de trabalho. No Brasil, os negros ganham, em média, metade dos rendimentos auferidos pelos brancos. Como dito acima, a maior parte dessa diferença se explica pelos menores níveis educacionais do trabalhador negro; contudo, uma proporção não desprezível dessa distância se deve ao racismo e ao preconceito.
As informações estatísticas expõem uma realidade que grande parte dos brasileiros não quer enxergar,
mostrando a fratura existente em nossa sociedade, onde metade da população, em razão de sua cor
negra e de um histórico de exclusão, vive como cidadãos de segunda classe, ocupando lugares sociais
determinados e subordinados.
Dois terços dos pobres no Brasil são negros.
Metade da população negra vive abaixo da linha da pobreza; essa proporção, de 46,3%, é duas vezes maior que para a população branca,de 22,9%.
Diferenças gritantes entre escolares negros e brancos no ensino médio, chegando a 22%.
Os dados revelam que cerca de dois jovens negros/as em três (64%) já
desistiram do ensino médio ou encontram-se com defasagem crescente nos níveis educacionais
No ensino superior a situação é ainda mais grave. Em 2005, apenas 6,6% dos jovens negros
frequentavam a universidade; entre os brancos esse percentual era cerca de três vezes maior (19%).
dESIGUALDADE EM NÚMEROS
'negros nascem com peso inferior a brancos, têm maior probabilidade de morrer antes de completar um ano de idade, têm menor probabilidade de frequentar uma creche e sofrem de taxas de repetência mais altas na escola, o que leva a abandonar os estudos com níveis educacionais inferiores aos dos brancos. Jovens negros morrem de forma violenta em maior número que jovens brancos e têm probabilidades menores de encontrar um emprego. Se encontrarem um emprego, recebem menos da metade do salário recebido pelos brancos, o que leva a que se aposentem mais tarde e com valores inferiores, quando o fazem. Ao longo de toda a vida, sofrem com o pior atendimento no sistema de saúde e terminam por viver menos e em maior pobreza que brancos'.
(IPEA 2007, p. 281).