Lê e ler Agosto, 2017 | Page 12

começa, é difícil parar. É como se o tempo todo os personagens e as ideias estivessem brotando dentro da gente.

Contos, crônicas, romance, suspense… Como é escrever tantos gêneros diferentes?

É desafiador - e uma delícia! Sou uma pessoa muito eclética, em todas as artes: música, cinema, artes plásticas, literatura… E, como alguém que gosta de consumir de tudo um pouco, é impossível não mergulhar na tarefa de variar o gênero também.

Você tem algum “ritual” na hora de escrever? Um lugar especial, uma playlist…?

Playlists nem sempre funcionam comigo. Eu prefiro o silêncio. Mas não me importo com um ou outro barulhinho, como alguns escritores. O que eu fazia muito quando comecei a estudar escrita criativa (e que nem sempre faço hoje em dia) é realizar dois exercícios de escrita, que - dizem - ajuda a estimular o lado direito do cérebro, responsável pela criatividade.

Quando escrevo romances (leia-se livros longos), normalmente faço a escaleta da obra, cena por cena, antes de começar a primeira página (mas também não é regra.

Chiclete para guardar pra depois é uma coletânea de crônicas bem dia a dia. O que costuma te inspirar na hora de escrevê-los?

Todas as minhas crônicas são inspiradas por cenas reais, que eu vivi ou que alguém perto de mim viveu, e que me tocaram de alguma forma. O que me importa, nas minhas crônicas, é fazer o leitor sentir - se, de alguma forma, ele se sentir tocado como eu me senti ao escrever, eu sinto que cumpri minha missão.

Parabéns!! Soube que Allegra vai ser publicado. Como foi receber a notícia? Pode falar um pouquinho?

Obrigada!

Então, um dia eu vi um post no Facebook da editora Hope, perguntando que autor você gostaria que fosse publicado por eles. Decidi entrar na brincadeira e pedi ajuda aos meus parceiros, aos amigos do face e aos leitores. Como não tenho muito tempo, não ganhei a brincadeira, mas isso despertou a atenção de uma das agentes literárias da Hope, que comprou Allegra na Amazon, leu, adorou e passou para a editora-chefe.

Um belo dia, bem cedinho (seis da manhã, a hora que eu acordo), recebi um inbox que dizia: “E aí, bora publicar Allegra?” Eu vibrei de alegria e respondi: “Só se for agora.” hahahah

Pode nos contar um

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ditora Hope, perguntando que autor você gostaria que fosse publicado por eles. Decidi entrar na brincadeira e pedi ajuda aos meus parceiros, aos amigos do face e aos leitores. Como não tenho muito tempo, não ganhei a brincadeira, mas isso despertou a atenção de uma das agentes literárias da Hope, que comprou Allegra na Amazon, leu, adorou e passou para a editora-chefe.

Um belo dia, bem cedinho (seis da manhã, a hora que eu acordo), recebi um inbox que dizia: “E aí, bora publicar Allegra?” Eu vibrei de alegria e respondi: “Só se for agora.” (risadas)

Allegra tem um jeitinho todo pin-up. O que te inspirou?

Eu blogo desde 2004. Já tive um blog de moda (que fazia bastante sucesso na minha cidade) e participei de um grupo chamado Confraria das Blogueiras. Uma das confrades era pin-up (ainda é, só não tem mais blog) e, de certa forma, ela me inspirou a criar Allegra como uma pin-up (embora minha amiga blogueira não fosse gordinha - isso Allegra pegou de mim - hahahah).

“Allegra: antes do play” discute os padrões, discute pessoas que são diferentes, e penso que isso me fez pensar nela como uma pin-up.

Fãs!!! Você já deve ter tido muitos momentos especiais, né? Tem algum que te marcou de um jeito especial?

(Sorriso bobo aberto de fora a fora no rosto.)

Acho curioso usar a palavra “fã”. Por mais que algumas pessoas tenham dito que consideram “Allegra: antes do play” o melhor livro que leu em 2017, por mais que alguns o elegeram como seu livro favorito, por mais que leitores de um gênero específico que não é o romance tenham lido e adorado Allegra, “fã” ainda me parece uma palavra distante.

O que eu posso dizer é que tenho tido um retorno incrível! Gente que não lia mais e voltou a ler depois de comprar Chiclete pra guardar pra depois, gente que me manda desenhos dos personagens de Allegra, gente que comenta trecho por trecho do Em pele de cordeiro ou do Avesso perfeito, depois de maratonar… São tantas manifestações de carinho dos leitores que eu seria injusta se elegesse um ou outro momento específico. Sou do tipo que comemora cada gesto de carinho, cada degrauzinho subido na escada da vida.