LOST IN FASHION LOST IN FASHION | Page 46

Por Clara Sá e Cunha

Atualmente, a moda significa criatividade, imagem, tendências, cultura e vários outros atributos. Mas como foi este processo ao longo dos anos até chegar a este ponto? É que moda e história sempre existiram interligados. A moda que em tempos constituiu um emblema e um traço distintivo de grupos privilegiados, é hoje um fenómeno de massas. Da raridade ao único, substitui-se agora pela profusão e multiplicidade de estilos e formas. Estar na moda atualmente, não significa necessariamente luxo, caro e requintado. A moda urbana é considerada uma manifestação de personalidade e de opção individual. passadas. Apesar de esta definição estar certa, tende a confundir algumas pessoas por ser tão parecida ao estilo retro, ainda que haja muitas características que nos fazem saber diferenciar este estilo de todos os outros. Primeiramente, recria figurinos a partir de moldes e modelos que estão disponíveis em revistas de moda desde o início a meados do século XX, de forma a manter todos os aspetos anteriores das peças, tornando-as autênticas. O objetivo é manter a originalidade do estilista, segundo o intervalo de tempo selecionado, pensando-se em tudo o que poderá fazer parte do outfit, como o penteado, ou seja, é uma moda pensada desde a cabeça aos pés. Para além disso, este estilo também está muitas vezes associado ao revivalismo das décadas passadas, na medida em que tenta reproduzir exatamente cada pormenor de uma determinada altura passada, visando uma reconstrução cultural. Sabendo-se que o estilo de cada década é bastante diferente e detém influências distintas e tendências próprias de cada ano, recolhemos alguns elementos significativos que são considerados os artigos característicos de cada um. 1920 foi marcado pela cintura baixa, predominando as calças e saias de cintura baixa. Já em 1930 vê-se muito a tendência Arte Deco, acentuada com os “Loucos Anos 20”, que era marcada pela aleatoriedade e contradição. Em 1940, sob influência da Segunda Guerra Mundial, começa-se a utilizar o corte militar e o corte de saia criado pelo famoso Christian Dior, que vai predominar até meados de 1960, quando surge o estilo Mod, abreviatura de “moderno”. Assim, ficamos a saber que denominar as modas setentistas, oitistas e noventistas de moda vintage está errado, por já não se inserirem na antiguidade, ao serem relativamente recentes.

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considerada uma manifestação de personalidade e de opção individual.

Sem dúvida que, no passado, os conjuntos de roupa poderiam ser caraterizados pelo contexto histórico, onde podemos assinalar alguns dos mais marcantes:

Anos 20- Prosperidade e liberdade e direito ao voto das mulheres. As mulheres usavam vestidos curtos, leves e elegantes em seda, meias beges e chapéus “Cloche”.

Anos 40- A moda ressente-se com a eclosão da segunda Guerra Mundial, surgindo assim, regras de racionamento em relação ao uso de vestuário. Usava-se casacos grandes até aos pés e as mulheres usavam cabelos longos e chapéus com flores, em estilo militar.

Uma viagem no tempo pela moda

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