Titanic: O Navio dos Sonhos
“Papai, Papai”, a vozinha entusiasmada de Nana
rompeu o silêncio do vagão. “O trem está parando. Acho
que já chegamos. Acho que estamos em Southampton.”
A senhora Smithers abriu os olhos e exclamou, “É
verdade, estamos mesmo. Aqui já é Southampton. Logo
estaremos nas docas e então, se tudo der certo, vamos
parar quase do lado do Titanic.” A senhora Smithers
suspirou, “Espero que eles tenham um carregador para
me ajudar com as malas.”
“Papai”, Nana perguntou entusiasticamente, “nós
também vamos ter um carregador para nos ajudar com
as malas?”
“Não, meu tesouro”, respondeu, “nós mesmos
cuidaremos das malas”.
Enquanto o trem chacoalhava atravessando a cidade,
Nana continuou olhando pela janela, muito interessada
nas casas, parques e fábricas que passavam pelos dois
lados. A cena mudou outra vez quando cruzaram uma
estrada, onde vários cavalos e carruagens carregadas de
bagagens aguardavam impacientes que a locomotiva
barulhenta passasse. Então, logo depois que cruzaram a
rua, Nana avistou algo. Como nunca havia visto um navio
antes, a menina quase ficou sem palavras, admirando,
embevecida, o navio colossal que começava a aparecer no
lado direito do trem.
“É...é...aquilo...ali...Papai?” a menina conseguiu
murmurar com o rosto firmemente pressionado contra
o vidro da janela. Ali estava, esperando por eles, o
maior navio de passageiros do mundo, apelidado de “O
Navio dos Sonhos”. “Aquele...ali...é...o...Titanic?” Nana
perguntou outra vez com uma expressão de grande
admiração em sua voz.
Seu pai sorriu e respondeu com uma risada, “Não
estou vendo nenhum outro navio grande por aqui, então
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