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CAPÍTULO 1
Introdução
Por quê?
Samuel, o profeta, é talvez um dos personagens menos
conhecidos do Antigo Testamento. O próprio Paulo refere-se
a Samuel como um grande ponto de transição na história de
Israel, como dito em Atos 13:20: "até ao profeta Samuel". O
salmista coloca-o lado a lado com Moisés e Arão em Salmos
99:6: "Clamavam ao Senhor, e ele os ouvia". O Senhor, também,
liga-o a Moisés, utilizando linguagem grandiosa e memorável
em Jeremias 15:1: "Ainda que Moisés e Samuel se pusessem
diante de mim, não seria a minha alma com este povo". Um
dos escritores do século anterior (W. W. Fereday) se referia a
ele como o "Homem de Emergência de Deus".
Nazireu, restaurador da nação, levita, o último dos juízes e o
primeiro em uma linhagem dos que realizavam o ministério
profético, ungidor e destronador de reis, sua descrição de
trabalho é impressionante e atribui-lhe um lugar de destaque
entre os livros do Antigo Testamento. Como o último juiz,
primeiro profeta e introdutor da linhagem de reis, ele é uma
pessoa fundamental, não só na história de Israel, mas também
no projeto de Deus.
Mas já que vivemos em uma era moderna onde não vemos
mais ungidores de reis, juízes e nazireus, que benefício pode
haver para nós em estudar a vida de um homem que viveu três
milênios atrás? Podemos admirar sua vida, suas convicções e
seu caráter, mas podemos tirar proveito do estudo da vida de
Samuel?