Capítulo 1
Desde o tempo em que foi eleito por Deus, apesar do que ele era
naturalmente, pelo seu longo exílio, até a sua volta, trazendo
riquezas que ele tinha conseguido entre os gentios, Jacó é uma
figura do seu povo. Iludido, odiado, invejado, irritado, enganado
são palavras do relato sagrado que falam da amarga colheita do
que havia sido semeado mais cedo na vida do patriarca.
Entretanto, ele não é engolido pelos gentios, nem eles têm
permissão para empobrecê-lo. O astuto Labão não é páreo para o
liso Jacó, que reivindica ter sido guiado por Deus no seu triunfo
sobre os rebanhos. Ao colocar as varas descascadas diante dos
bebedouros, Jacó descobriu que aquilo que estava diante do
rebanho objetivamente foi produzido subjetivamente nele, uma
lição que o rebanho de Deus precisa lembrar espiritualmente hoje.
Apesar da opressão, Jacó prosperou e foi somente essa oposição
crescente, junto com o desejo interno pela sua própria terra, que o
fez estar pronto para obedecer ao chamado de Deus para voltar.
Assim é hoje. Israel, grandemente oprimido, como eles têm
sido desde que rejeitaram o seu Messias, tem acumulado riquezas
dos gentios. Em nossos dias, temos visto o desejo, nascido da
perseguição, de retornar à sua própria terra. Como nos dias do
seu cativeiro passado na Babilônia, os que não queriam voltar
ajudavam com o seu dinheiro os que voltavam, de sorte que temos
visto o crescimento do Sionismo, e os massacres organizados e
a perseguição aos judeus na Rússia e na Alemanha fazendo o
povo voltar a sua terra. Milhões de dólares de judeus, que estão
confortavelmente instalados nos Estados Unidos, têm sido usados
para ajudar os que têm retornado.
As tribulações de Jacó não terminaram quando ele voltou. Ele
ainda irá dizer aos seus filhos: “Tendes-me turbado... ficarei destruído,
eu e minha casa” (Gênesis 34:30). Ele ainda irá clamar: “Tendes-me
desfilhado: José já não existe, e Simeão não está aqui, e, agora, levareis a
Benjamim! Todas estas coisas vieram sobre mim” (Gênesis 42:36).
Mas Jacó estava errado. Na verdade, naquele exato momento
“Todas as coisas [estavam contribuindo] juntamente para o bem” de
Jacó. José, o “salvador do mundo” não estava morto, mas vivo, e Jacó
ainda o veria antes de morrer. Que dia alegre quando – o longo
período de tribulação encerrado – o velho patriarca encontraria
aquele que, por muito tempo, ele lamentou como estando morto.
“Então, José aprontou o seu carro e subiu ao encontro de Israel,
seu pai, a Gósen. E, mostrando-se-lhe, lançou-se ao seu pescoço
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