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PENHA DE FRANÇA EM SANTIAGO DE COMPOSTELA
Tiago, filho de Zebedeu, também conhecido como São Tiago (ou Santiago) Maior, foi um dos três discípulos mais próximos de Jesus, juntamente com o seu irmão João, o Evangelista, e Pedro, o primeiro responsável da Igreja, directamente escolhido por Cristo.
A tradição da Igreja coloca Tiago, outrora pescador e depois apóstolo, como principal evangelizador da Hispânia após a morte de Jesus e da pronta resposta ao convite “Ide e ensinai por toda a Terra”. No seu labor evangélico, Tiago terá desenvolvido intensa actividade junto dos povos ibéricos pré-romanos, celtas ou celtizados, que habitavam a Península Ibérica desde finais da Idade do Bronze, mais concretamente a norte, entre as províncias Tarraconensis e Gallaecia.
Maria, mãe de Jesus, terá aparecido a Tiago em visões e este regressa a Jerusalém. Aí acaba por ser martirizado, sendo o primeiro Apóstolo a morrer, mandado decapitar por ordem de Herodes Agripa I, rei da Judeia, por volta do ano 44, em Jerusalém (facto narrado nos Actos dos Apóstolos).
Segundo a lenda, os seus discípulos terão recuperado o corpo e regressado a terras da Gallaecia onde finalmente o sepultaram, perdendo-se no tempo a localização do túmulo. Em 814 D.C. um eremita de nome Pelayo observa num bosque galego, ao longo de várias noites, muitos sinais resplandecentes, como se de uma chuva de estrelas se tratasse, parecendo sinalizar determinado local. Ali descobre um sepulcro de pedra no qual repousavam três corpos, identificados como sendo de São Tiago e dos seus dois discípulos Teodoro e Atanásio. Chamou ao local “campo de estrellas” – Compostella.
O odor de santidade do achado ganhou rapidamente expressão de milagre e logo se ordenou, com o beneplácito do rei Afonso II das Astúrias, a construção de uma capela no local que se tornou num importante lugar de peregrinação. Em 1075, durante o reinado de Afonso VI, iniciou-se a construção da Catedral de Santiago de Compostela.
Três elementos do Núcleo Penha de França realizaram, de 22 a 26 de Abril, a sua peregrinação a pé a Santiago de Compostela, com saída de Vila Nova de Cerveira pelo “caminho português” de Santiago: Valença, Tui, Porriño, Arcade, Pontevedra, Caldas de Reis, Padrón e Santiago de Compostela.
Munidos da Credencial do Peregrino recolheram os habituais comprovativos (carimbos) que habilitaram, à chegada a Santiago de Compostela, a concessão da muito desejada “Compostela” – documento individual, outorgado pelas autoridades eclesiásticas que certifica ter o peregrino completado pelo menos 100 quilómetros a pé em qualquer rota do Caminho de Santiago realizado por motivo religioso ou espiritual. N