Kink 101 Vol 3 | Page 38

Cultura “ É A ECONOMIA, ESTÚPIDO! Sigmund Freud publicou em 1927 um artigo muito interessante para o meio BDSM: “O problema econômico do masoquismo”. Nele, Doktor Freud argumenta que o ser humano busca o prazer e evita o desprazer, e se a dor, por exemplo, é uma sensação habitualmente desagradável, o masoquismo seria uma incoerência do comportamento humano. No entanto, ele alerta que o mesmo não procede para o sadismo. A partir daí, Doutor Sigmund associa a tendência em estudo aos princípios de morte e vida e enumera três vertentes: masoquismo erógeno, feminino e moral. O erógeno acompanharia aquelas fases bem conhecidas de todos: a oral, a anal, a fálica e a genital; o feminino contém, entre outros, um sentimento de culpa que merece ser punido e a pessoa vê-se a si própria como uma criança traquinas (de onde eu tirei esse termo...?); no masoquismo moral, a pessoa sente prazer no sofrimento em si, e não importa se é provocado pela pessoa amada ou não, porque o que realmente interessa é a dor, entre outras possibilidades. Estou muito longe de ser um especialista em psicanálise e este seria talvez um interessante tema para ser debatido numa mesa-redonda composta por BDSMers estudiosos da psicologia, mas achei interessante trazer esse texto para a Kinky 101 pelas associações que Herr Doktor faz com a noção de lucro em um texto que deve ser dos primeiros a tratar o masoquismo com seriedade. DOCUMENTÁRIO KINKY Entre 26 de setembro e 10 de outubro esteve em cartaz no Rio de Janeiro uma mostra de cinema chamada Festival do Rio. Entre as várias películas que participaram da Mostra, o documentário Kink nos interessa mais particularmente. Kink foi dirigido por Christina Voros e produzido por James Franco, o melhor amigo do Homem Aranha, e mostra os bastidores do site kink.com, sediado em S. Francisco. A sede é chamada de “O arsenal”, tem o formato de um castelo e o filme mostra o dia-a-dia dos funcionários da empresa. Picante, não acham? SERÁ QUE ELE É? Ouvindo o CD How To Dismantle An Atomic Bomb, do U2, prestei atenção na letra de “Vertigo” e deparei com dois trechos que me fizeram pensar. Lá pelas tantas, o 38 por RCavaleiro Bono canta: "All of this can be yours [...] Just give me what I want And no one gets hurt" Ameaçador, não acham? Pois é, a música segue, e ele canta: "Your love is teaching me How to kneel Yeah yeah yeah yeah yeah yeah..." Aprendeu a ajoelhar, Mr. Hewson? Pelo visto gostou, afinal, tantos yeahs... Digam lá, vocês, o Bono é dominador, switcher ou submisso? Cartas para a redação. Eu, que não ajoelho nem em missa, vou montar no meu percheron e sair pelo mundo! “