Cultura
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É A ECONOMIA, ESTÚPIDO!
Sigmund Freud publicou em 1927 um artigo
muito interessante para o meio BDSM: “O problema
econômico do masoquismo”. Nele, Doktor Freud
argumenta que o ser humano busca o prazer e evita
o desprazer, e se a dor, por exemplo, é uma sensação
habitualmente desagradável, o masoquismo seria uma
incoerência do comportamento humano. No entanto,
ele alerta que o mesmo não procede para o sadismo.
A partir daí, Doutor Sigmund associa a tendência em
estudo aos princípios de morte e vida e enumera três
vertentes: masoquismo erógeno, feminino e moral. O
erógeno acompanharia aquelas fases bem conhecidas
de todos: a oral, a anal, a fálica e a genital; o feminino
contém, entre outros, um sentimento de culpa que
merece ser punido e a pessoa vê-se a si própria como
uma criança traquinas (de onde eu tirei esse termo...?);
no masoquismo moral, a pessoa sente prazer no
sofrimento em si, e não importa se é provocado
pela pessoa amada ou não, porque o que realmente
interessa é a dor, entre outras possibilidades.
Estou muito longe de ser um especialista em psicanálise
e este seria talvez um interessante tema para ser
debatido numa mesa-redonda composta por BDSMers
estudiosos da psicologia, mas achei interessante trazer
esse texto para a Kinky 101 pelas associações que Herr
Doktor faz com a noção de lucro em um texto que deve
ser dos primeiros a tratar o masoquismo com seriedade.
DOCUMENTÁRIO KINKY
Entre 26 de setembro e 10 de outubro esteve em
cartaz no Rio de Janeiro uma mostra de cinema
chamada Festival do Rio. Entre as várias películas que
participaram da Mostra, o documentário Kink nos
interessa mais particularmente.
Kink foi dirigido por Christina Voros e produzido por
James Franco, o melhor amigo do Homem Aranha,
e mostra os bastidores do site kink.com, sediado em
S. Francisco. A sede é chamada de “O arsenal”, tem o
formato de um castelo e o filme mostra o dia-a-dia dos
funcionários da empresa. Picante, não acham?
SERÁ QUE ELE É?
Ouvindo o CD How To Dismantle An Atomic Bomb, do
U2, prestei atenção na letra de “Vertigo” e deparei com
dois trechos que me fizeram pensar. Lá pelas tantas, o
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por RCavaleiro
Bono canta:
"All of this can be yours [...]
Just give me what I want
And no one gets hurt"
Ameaçador, não acham? Pois é, a música segue, e ele
canta:
"Your love is teaching me
How to kneel
Yeah yeah yeah yeah yeah yeah..."
Aprendeu a ajoelhar, Mr. Hewson? Pelo visto gostou,
afinal, tantos yeahs... Digam lá, vocês, o Bono é
dominador, switcher ou submisso? Cartas para a
redação.
Eu, que não ajoelho nem em missa, vou montar no
meu percheron e sair pelo mundo!
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