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Sexta-Feira 07/06/2019
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A FALÊNCIA DA GUERRA AS DROGAS
Redação
Milhares de brasileiros saíram às ruas, no último sábado, para pedir
a legalização da maconha. Em São Paulo, a Marcha da Maconha
completou dez anos. O evento se espalhou pelo país todo, das
capitais até as cidades pequenas. É uma pauta importante que
não pode mais ser escondida. O ponto mais urgente é constatar o
óbvio: a política de repressão e guerra às drogas falhou. Não tem
sentido continuar insistindo nesse erro fatal. Nas últimas décadas, o
governo investiu bilhões de reais para combater a venda das drogas
e está perdendo a batalha. A guerra às drogas deixou um saldo
de milhares de mortos nas periferias brasileiras, a maioria jovens,
negros e pobres, e superlotou os presídios. É um mecanismo que
alimenta o ciclo de violência no país. Já passou da hora de o Brasil
testar novas experiências. Diversos países, como Uruguai, Holanda,
Portugal, Espanha e alguns Estados americanos, adotaram medidas
tolerantes no caminho da descriminalização ou até da legalização
da maconha, além da liberação do uso medicinal. Até mesmo
os EUA, idealizadores e principais financiadores do combate às
drogas, perceberam que o caminho deve ser outro. A maconha é
uma droga leve, e diversas pesquisas médicas já constataram que
é menos prejudicial à saúde que outras drogas legalizadas, como
álcool e tabaco. A erva não deve ser colocada no mesmo grupo
que substâncias mais fortes, como cocaína e crack. A legalização da
maconha em um país grande e complexo como o Brasil não seria fácil,
mas traria uma série de benefícios para os governos e a sociedade. A
medida enfraqueceria o tráfico e traria economia para os governos,
que poderiam destinar parte da verba da guerra às drogas para outras
áreas essenciais, inclusive no combate ao crime. Os cofres públicos
também ganhariam reforço importante, já que haveria cobrança de
impostos na comercialização da maconha. Esse dinheiro arrecadado
deveria ser investido em projetos de saúde pública, em ações de
prevenção e na revitalização das periferias, que sofrem com décadas
dessa política fracassada. A questão é polêmica e sem solução fácil.
Mas as esferas públicas e a sociedade civil não podem ter medo de
buscar uma nova alternativa. A omissão, nesse caso, resulta na morte
de centenas de jovens, todos os dias, nas periferias do Brasil.
Fonte: Jornal Destak
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