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Sexta-Feira 03/05/2019
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O MERCADO DE TRABALHO E OS JOVENS
Redação
O mercado de trabalho é mais severo com as pessoas de 18 a 24 anos.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os
jovens enfrentam mais dificuldades para conseguir trabalho e, quando
empregados, são os mais vulneráveis à demissão. “A probabilidade de
o jovem estando desempregado conseguir emprego é menor do que
os outros trabalhadores. E uma vez empregado, a probabilidade de
ele ser demitido é muito maior do que a dos outros trabalhadores.
É uma conjuntura muito ruim para os jovens”, analisa a diretoria
de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, Maria Andreia
Parente Lameiras. De acordo com a Carta de Conjuntura publicada
pelo Instituto, o crescimento da população ocupada perdeu ritmo ao
longo de 2018 e na passagem do ano. O estudo é feito com base nos
dados da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar Contínua do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No trimestre
(móvel) formado pelos meses de novembro e dezembro do ano
passado e janeiro deste ano, a taxa de crescimento da ocupação
(trabalho formal ou informal) foi de 0,9%. Entre as pessoas de 18 a
24 anos, não houve crescimento e sim, retração de 1,3%. Segundo
Andreia Lameiras, os jovens são mais penalizados porque têm menor
experiência profissional e podem demandar mais treinamento para
ingressar no trabalho. “Quando a economia está em crise, e uma
empresa vai dispensar trabalhadores, [o empresário] acaba por afastar
aqueles que julga que a saída irá impactar menos na produtividade”.
Além disso, “sempre pesa o fato de que os mais jovens não são chefes
de família”, lembrou a diretora. Lameiras ressalta que mesmo no
mercado informal e no trabalho por conta própria, os mais jovens
desempregados têm mais dificuldades de ingresso. Assim, agrava-se a
possibilidade de que desistam de procurar trabalho, mantenham-se
como dependentes, e ingressem no contingente de “desalentados”.
Em janeiro, a taxa de pessoas desalentadas (todas as idades) teve alta
de 6,7% na comparação com o ano anterior. Nota do Ipea acrescenta
que a lenta recuperação do mercado de trabalho, com regressão da
ocupação entre os mais jovens, “vem gerando aumento no número
de domicílios que declararam não possuir renda de trabalho”. De
acordo com o Ipea, a Pnad do IBGE registrou cerca de 16 milhões
de casas sem renda proveniente do trabalho no último trimestre de
2018, “o que equivale a 22,2% das quase 72 milhões de residências
no país”. No mesmo período de 2017, a proporção era de 21,5%.
Antes da recessão [final de 2013], o percentual era de 18,6%.
Fonte: Correio do Estado
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