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2 ª Quinzena de Julho de 2013
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Artesanato como objeto de ação social Produção de peças é foco de dois projetos desenvolvidos na Grande Florianópolis
Da Redação
Dois projetos sociais desenvolvidos na Grande Florianópolis têm públicos e objetivos distintos, mas o mesmo objeto em comum: o artesanato. O primeiro, realizado pela Associação Quinta das Artes, da Capital, é voltado para a produção de peças com material reciclado e, o segundo, o EnSolta Árvore da Vida, envolve detentas do presídio Regional de Tijucas, que produzem arte cerâmica cigana.
“ A nossa missão é criar produtos artesanais inovadores com um design sustentável voltado para organizações diferenciadas”, destaca Carlos Pagano, presidente da Associação Quinta das Artes. O projeto, batizado de Comunidade Sapiens, está sediado no Sapiens Parque, no Norte da Ilha.
Além de Pagano, integram o grupo os artesãos Carina Zagonel da Costa e Albano Bernardes e moradores dos bairros Vargem Pequena e Vargem Grande. Eles desenvolvem peças em conjunto criando um mix de técnicas, transformando material reciclável, reaproveitáveis e naturais como pedras, linhas, fios, tramas, vidros, metais, casca de ostras, em produtos artesanais com referenciais históricas e culturais da capital.
Segundo Carina, a atividade, realizada desde dezembro de 2007, fortalece a cadeia produtiva local e é conhecida por inovação social.“ A parceria que mantemos há seis anos com a direção do Sapiens Parque é fundamental para o desenvolvimento de novas alternativas de mercado e aumento de nossas rendas. O contato com o parque tecnológico nos faz amadurecer e desenvolver habilidades estimuladoras do raciocínio criativo” diz.
Já EnSolta Árvore da Vida busca a ressocialização social por meio da produção e comercialização de peças decorativos. Segundo o gerente do Presídio Regional de Tijucas, Danielle Amorim Silva, os problemas causados pela ociosidade diminuíram muito desde o início do projeto que, inclusive, prevê redução de pena às participantes( um dia por dia de trabalho).“ Além de lhes trazerem uma renda e perspectiva de vida fora
Detentas do Presídio Regional de Tijucas produzem cortinas em contas de cerâmica
do crime, as atividades reduziram consideravelmente os problemas de saúde e de comportamento. O projeto trabalha diretamente com o barro, a terra, o que é terapêutico. As discussões diminuíram e a tolerância de umas com as outras”, afirma Danielle.
“ O projeto nos ajudou a crer que nem tudo está perdido. E que, se aqui dentro, de mãos atadas, podemos correr atrás de um objetivo; lá fora, com força de
Fotos: Divulgação
Material reciclado se transforma em peças diferenciadas como brincos e outras bijuterias
Geração de renda e redução de pena
vontade e a mesma determinação; não será diferente. Podemos diminuir a ansiedade e o problema do vício”, afirma uma das detentas.
Entre os produtos confeccionados, um ganhou destaque na Casa Cor SC 2013, realizada recentemente: a arquiteta Katia Véras selecionou cortinas de contas em cerâmica produzidas pelas internas para compor o“ Café na Praça”, ambiente que assinou na mostra.
SABORES DE INVERNO