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Obra incorpora solução para o Camelódromo
2 ª Quinzena de Julho de 2013
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Passado remodelado para o presente
Requalificação do Aterro da Baía Sul está baseado no conceito original , mas atualizado às demandas atuais
Carla Pessotto
Trinta e cinco anos após a inauguração , o Parque Metropolitano Francisco Dias Velho começa a receber intervenção urbanística que deixará o local com aparência e uso mais próximos da proposta inicial , assinada pelo conceituado arquiteto paisagista Burle Marx , em 1978 . Uma passarela jardim com 350 metros de extensão e 40 metros de largura entre a Praça 15 de Novembro e o Centrosul é a solução proposta para reconectar o centro histórico da cidade à orla marítima . Esse será o primeiro de uma série de projetos previstos para o Aterro da Baía Sul , como o lugar é mais conhecido .
Da equipe técnica envolvida na recuperação do aterro , área que compreende 32 mil m2 entre o Túnel Antonieta de Barros e o os clubes de remo , na cabeceira insular da Ponte Colombo Salles , dois nomes se destacam pelo conhecimento que detêm da obra do criador do projeto original : os arquitetos e urbanistas José Tabacow e Cesar Floriano . O primeiro , carioca , especializado em paisagismo , foi co-autor com Burle Marx e , o segundo , nascido em Florianópolis , defendeu tese de doutorado na Universidade de Madri , na Espanha , em 2002 , baseada na obra de Marx e que analisa o jardim como arte pública .
REqUALIFICAção
Os dois fazem questão em ressaltar que a obra a ser realizada no aterro “ não será um restauro e , sim , uma requalificação ”, em função das intervenções e mudanças estruturais que foram realizadas nos últimos anos . “ Será o conceito original atualizado , de um grande parque urbano , mas adaptado à nova realidade do centro e do trânsito da cidade ”, explica Floriano , que é secretário adjunto da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano ( SMDU ) e responde pela coordenação geral do projeto .
Tabacow , responsável pelo paisagismo , lembra que quando receberam a encomenda da obra , na década de 1970 , havia apenas o aterro e a Rodoviária Rita Maria . Aos poucos , surgiram no cenário as quadras de tênis ( que depois deram lugar à Passarela Nego Quirido ), as quadras polivalentes ( onde hoje está o Centrosul ) e jardim e fontes ( substituídos por estacionamentos ).
“ O projeto está deformado e imprestável , perdeu o conjunto , em função das interferências ”, afirma o paisagista . “ Há distorções ali : o Sambódromo , daquele tamanho , ser usado apenas uma vez por
ano , e o Centrosul não precisa de paisagem , poderia estar em outro lugar , não no filé mignon da cidade ”.
ConCEITo gLoBAL
Até agora está definido apenas qual será o conceito de ocupação e uso , sendo que o projeto global deve ser concluído em seis meses para , então , determinarse uma data , mesmo que aproximada , para a conclusão total da obra . A idéia é “ dinamizar a vida da borda d ´ água ”, diz Floriano . Isso significa a criação de áreas de convivência , playgrounds , quadras de esportes , espaço para grandes eventos e exploração comercial com bares e restaurantes na orla .
Floriano ( E ) e Tabacow : conhecedores da obra de Burle Marx
Maquete da passarela jardim : 350 metros de extensão entre a Praça 15 de Novembro e o Centrosul
Obra incorpora solução para o Camelódromo
A indefinição do que sai e do que fica – o Centrosul , por exemplo , tem mais nove anos de concessão –, a grandiosidade da proposta e a realização de projetos correlacionados por outros setores do Executivo ( como o transporte modal ) atrapalham a formalização do projeto global para o aterro e criam a necessidade da realização por etapas , caso da passarela jardim . Para essa obra específica , ainda não há data prevista para o lançamento do edital de licitação , mas prazo para estar concluída – dois anos a partir de agora – e custo estimado em R $ 10 milhões .
Na prática , segundo o projeto elaborado , a passarela será um grande passeio suspenso , que tem como protagonista a paisagem do local . Para suavizar a travessia pelos 350 metros , a solução proposta é criar praças intermediárias , teto jardim permeado de vazios e uma grande praça suspensa no nível da laje e uma área coberta de 3,2 mil m2 .
É justamente essa área que terá uso multifuncional ( serviços como caixas eletrônicos e loterias e venda de artesanato , por exemplo ) e que também servirá para acomodar o Camelódromo , agora denominado , por Cesar Floriano , de lojas de comércio popular . Mas ele é enfático : “ A passarela não nasceu por causa do Camelódromo e , sim , acabou incorporando a solução para ele ”, diz .
O prazo de dois anos para a conclusão faz parte do acordo fechado entre a Prefeitura e a União ( a quem pertence a área ), no início de julho , que permite a permanência dos comerciantes do Camelódromo onde estão até serem transferido para o novo ambiente .
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