LÍNGUAS
O NOME DA ROSA
1980
Umberto Eco é um escritor italiano, filósofo, linguista. Nasceu a 5 de Janeiro de 1932 e faleceu a 19 de fevereiro de 2016. O Nome da Rosa, 21.ª edição, foi lançada pela editora Difel, em 1980
O Nome da Rosa é uma obra literária que recebeu o prémio Médicis, em França. Baseada no manuscrito de Adson de Melk, conta a história do monge franciscano Guilherme Baskerville, no século XIV, mais precisamente em Novembro de 1327, pela narração de Adso, o seu aprendiz. Guilherme é chamado pelo Abade de uma outra ordem devido a uma morte misteriosa na sua abadia, na esperança de que, com a sua sabedoria, conseguisse desvendar se se tratava de um assassino sobrenatural( demónio, diabo ou anticristo, como os monges referem) ou de um herege culpado de pecados mais mundanos. Durante a sua investigação, ocorrem mais mortes inexplicáveis e mistérios ainda mais estranhos.
Esta é uma obra que relata a história do monge Guilherme da ordem franciscana, chamado pelo Abade de uma outra abadia, devido à ocorrência de uma morte inexplicável, que se acreditava ser suicídio, mas poderia também ter causas sobrenaturais.
No século XIV, tempo em que ocorre a história, as pessoas eram extremamente religiosas, com uma mentalidade, por vezes, irracional, como, por exemplo: o riso teria sido criado pelo diabo, logo seria pecado e até as mulheres eram comparadas a demónios.
O narrador é o aprendiz de Guilherme, Adso, um jovem rapaz, curioso por saber tudo o que o seu mestre lhe possa ensinar. Deixa transparecer subjetividade, dando-nos, assim, vários pontos de vista dos acontecimentos ocorridos.
O que mais me interessou na obra foi o desencontro da história com o seu título... Só na última página são reveladas algumas pistas sobre o porquê de a obra se intitular O Nome da Rosa:“(...) stat rosa pristina nomine, nomina nuda tenemus.” que traduzido seria“ a rosa antiga está no nome, e nada nos resta além dos nomes”.
Eu gosto de pensar que Adso, que descreve o maior acontecimento na sua juventude quando já se encontra às portas da morte, derrotado pela velhice, se estaria a referir à rapariga com quem ele experimentou o“ pecado do desejo carnal”, a rapariga sem nome que ele agora compararia a uma rosa.
Resumindo, é uma história cativante, talvez com algumas descrições exageradas nos pormenores, mas definitivamente um bom livro de cabeceira.
Escola Secundária Dr. Jorge Augusto Correia, Tavira, Aluna: Marta Matos, 10.º A3
Professora de Português: Antonieta Couto Ano letivo 2015 / 2016
Esta obra teve uma adaptação cinematográfica, com o mesmo nome, dirigido por Jean-Jacques Annaud, em 1986.
Também foram encenadas várias dramatizações baseadas no romance de Umberto Eco, como, por exemplo, a peça de Carlos Cavalheiro do grupo tomarense Fatias de Cá.
“(...) onde desde o dia anterior dominava o grande recipiente com sangue dos porcos, um estranho objeto de forma quase cruciforme saía do bordo da talha, como se fossem dois paus espetados no solo para cobrir de trapos para espantar os pássaros.
Eram ao invés duas pernas humanas, as pernas de um humano enfiado de cabeça para baixo no vaso de sangue.(...)
- Talvez Adelmo se tenha suicidado – disse Guilherme(...)-, mas este não, decerto, nem se pode pensar que se tenha içado por acidente até ao bordo da talha e tenha caído por engano. O Abade aproximou-se dele:- Frade Guilherme, como vedes alguma coisa acontece na abadia, alguma coisa que requer toda a vossa sabedoria. Mas, esconjuro-vos, agi depressa!” Segundo dia, Matinas
( Pp. 103-104) Página 15