Jornal do Clube de Engenharia 608 (Novembro de 2019) | Page 9

novembro DE 2019 SAE Secretaria de Apoio ao Estudante promove renovação de quadros do Conselho Diretor Reeleito presidente, em 2016, Pedro Celestino e a nova diretoria decidiram investir e avançar na efetiva integração de estudantes de engenharia ao cotidiano do Clube. A Secretaria de Apoio ao Es- tudante de Engenharia (SAE) foi criada e incor- porada à estrutura organizacional do Clube para dar continuidade aos esforços da gestão anterior no que se refere à aproximação com jovens estudantes e engenheiros recém-formados. Em três anos a SAE, sempre liderada pelos pró- prios estudantes, e coordenada por Stelberto So- ares, conselheiro do Clube de Engenharia, e Luiz Taranto na secretaria-executiva, foi responsável por cerca de 3.000 novos sócios aspirantes. Gran- des conquistas foram alcançadas, como a criação e realização de três edições do Encontro Fluminense de Estudantes de Engenharia (EFEEng). Entre 2017 e 2018, alguns dos estudantes que chegaram via SAE passaram a integrar as Divisões Técnicas Especializadas. Mas foi em 2019 que o projeto alcançou a mais alta instância decisória do Clube de Engenharia: o Conselho Diretor. No último pleito eleitoral foram eleitos dois conselhei- ros que chegaram ao Clube de Engenharia através da SAE: Lucas Getirana e Tatiana Ferreira. Além deles, outros três membros da SAE foram eleitos Conselheiros Suplentes: Victor Rodrigues, mes- tre em Engenharia Eletrônica (2018) e bacharel em Engenharia Elétrica com ênfase em Sistemas Eletrônicos pela UERJ; Fabiano de Freitas, Enge- nheiro Ambiental e Sanitário; e Ricardo Domin- gues, engenheiro Civil, sócio-diretor da Engeplans Engenharia e Projetos, ex-coordenador da SAE e Secretário Ad hoc da Divisão Técnica de Geotec- nia (DTG). “O Brasil tem tudo para construir sua soberania com Engenharia e nós queremos estar nessa vanguarda” . Lucas Getirana Novos olhares Lucas e Tatiana são hoje os conselheiros mais jovens e personificam o esforço do Clube de garantir que a entidade centenária siga seu caminho no futuro. Conscientes da grande responsabilidade que os espera, os dois sabem onde e como atuarão e estão prontos para isso: na educação e nas novas tecnolo- gias. “A formação atual do engenheiro nos man- tém presos em metodologias de ensino que não dialogam nem com a nossa realidade, nem com a realidade da Engenharia disputada no mundo. Para vencer esse desafio, os estudantes descobrem que terão que se envolver na melhoria de seu próprio ensino. E é nesse momento que a pesquisa e a extensão universitária permitem uma formação menos restrita. Acredito que é a partir dessas visões experimentadas sobre o que não tem dado certo, e quais as soluções, que poderemos contribuir com o Clube. O Brasil tem tudo para construir sua sobe- rania com Engenharia e nós queremos estar nessa vanguarda”, comemora Lucas. Tatiana destaca que os conselheiros egressos da SAE podem levar ao Conselho Diretor olhares voltados ao cotidiano e às questões mais imediatas, além de reforçar a necessidade de atualização. “Falo de uma visão de atualidade, dos desafios enfrentados no dia a dia, com os problemas de hoje. Ter uma bagagem de muitos anos de experiência sempre leva a lutas maiores, grandes desafios. Para o recém-for- mado, na maioria das vezes, a luta é por algo mais simples, do cotidiano, questões que precisam ter soluções apontadas para que não se tornem lutas grandiosas. Além, é claro, do olhar para as inova- ções, novas tecnologias, novos métodos de trabalho. Enfim, não podemos, nos dias atuais, viver como se fôssemos Engenheiros de 30, 50 anos atrás. O mundo mudou, a Engenharia mudou, temos que nos adaptar ou ficamos para trás”, afirma. A hora é agora Após anos de aproximação com a SAE, que muitas vezes levou os estudantes ao Conselho Diretor para assistir os debates, o momento de abrir cami- “Ter uma bagagem de muitos anos de experiência sempre leva a lutas maiores, grandes desafios. Para o recém-formado, na maioria das vezes, a luta é por algo mais simples, do cotidiano, questões que precisam ter soluções apontadas para que não se tornem lutas grandiosas”. Tatiana Ferreira nho para esses recém formados dentro do mais alto círculo decisório do Clube chegou. A decisão foi dos próprios associados: foram eles que elegeram pelo voto os ex-membros da SAE. Tatiana foi a 5ª mais votada no geral e a 2ª mulher mais votada. “Embora participe ativamente dos trabalhos da SAE, tenho plena consciência de que ser eleita tendo pouco mais de 1 ano de formada mostrou o quanto a maioria dos associados enten- dem que é hora de oxigenar o Clube de Engenha- ria, transferir essa participação dos jovens, de um simples discurso, para a prática. Não basta somente aproximar os jovens do Clube, agora eles têm a motivação para continuar, se tornando atuantes dentro de todo esse processo, dentro dessa histó- ria. Agora sim, o sentimento de pertencimento se torna real”, destaca Tatiana. Para Lucas, há uma divergência pacífica quanto à inclusão de conselheiros mais jovens. “Eu acre- dito que seja um misto do entendimento geral dos associados sobre a necessidade da mudança e um experimento social. Tenho certeza que vários dos membros do Clube de Engenharia acreditam nessa renovação e na capacidade de oxigenação dos debates e das lutas. Mas sei também que alguns membros ainda não estão convencidos de que seremos, de fato, capazes disso. Cabe a nós, jovens eleitos, demonstrarmos que estamos vivos, atuantes e prontos para as lutas, como certamente os que virão depois de nós também estarão - talvez sob a mira de olhares mais confiantes, assim espero”, finaliza Getirana. 9