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SOBERANIA
Prosub é modelo de sucesso de gestão pública em áreas estratégicas
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No dia 4 de julho , conselheiros e diretores do Clube de Engenharia e da Academia Nacional de Engenharia estiveram no Complexo Naval de Itaguaí , no interior do Rio de Janeiro , onde a Marinha do Brasil coordena a construção de submarinos no âmbito do Programa de Desenvolvimento de Submarinos ( Prosub ), incluindo o primeiro submarino nuclear do país . Uma das principais lições da visita foi a certeza da importância do Prosub e da capacidade do Estado brasileiro em coordenar projetos estratégicos na economia e soberania nacional .
“ O que vimos lá é o Brasil do futuro . Um grande país que está sendo construído e nós , brasileiros , estamos tendo participação nessa construção . Vimos engenheiros , operários , militares da Marinha , responsáveis , dando verdadeira aula de brasilidade ”, afirmou Sebastião Soares , vice-presidente do Clube de Engenharia .
Projeto avança
O Prosub , iniciado em 2008 , prevê a construção de quatro submarinos convencionais de alta tecnologia e do primeiro submarino à propulsão nuclear do país , essencial para o patrulhamento da imensa área oceânica conhecida como Amazônia Azul . Trata-se de uma faixa de mar de até 4,5 milhões de quilômetros a partir da costa brasileira que abriga diversidade única de fauna e flora , de onde 90 % do petróleo é retirado e por onde 95 % do comércio exterior é realizado . O objetivo dos submarinos é não só atuar na
Marinha do Brasil preservação dos ecossistemas , mas também na defesa da soberania nacional em mar e , para isso , o submarino nuclear , mais rápido e com maior autonomia de trabalho , é fundamental . O custo estimado do projeto é de 100 milhões de euros para os quatro submarinos convencionais e 100 milhões de euros para o submarino nuclear .
Em janeiro deste ano , a Marinha realizou a transferência do Riachuelo ( SBR-1 ), o primeiro dos submarinos convencionais do Prosub , rumo a sua fase final de construção na Base Naval de Itaguaí . Apesar dos cortes de recursos federais , o programa avança , e o Riachuelo tem previsão de lançamento ao mar até o final de 2018 . Os demais submarinos estão previstos para 2020 , 2021 e 2022 . Já o submarino nuclear deve ser lançado em 2030 , e até lá o objetivo é que o Brasil não só desenvolva tecnologias nacionais , mas também capacite engenheiros e outros profissionais para atuarem no setor . Atualmente trabalham no projeto do submarino nuclear 200 projetistas , com estimativa de 600 no auge do programa , todos selecionados em concurso público .
Gerenciamento estratégico
A execução do Prosub é resultado de parcerias entre a Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear ( COGESN ) da Marinha do Brasil e iniciativas públicas e privadas , sempre sob gerenciamento do Estado . Uma dessas parcerias foi a criação da Itaguaí Construções Navais ( ICN ), responsável pela construção dos submarinos . Trata-se de uma sociedade de propósito específico que reúne a Naval Group , empresa francesa
Representantes do Clube de Engenharia e da Academia Nacional de Engenharia visitaram o Complexo Naval de Itaguaí , onde a Marinha do Brasil coordena a construção de submarinos no âmbito do Programa de Desenvolvimento de Submarinos ( Prosub ). responsável pela transferência de conhecimento técnico — exceto na área nuclear , na qual o Brasil já possui tecnologias nacionais —, a Odebrecht , empresa brasileira responsável pela construção de estaleiros e base naval , e a Marinha do Brasil .
Importante destacar que a União possui na ICN uma golden share , ação prioritária que dá poder de decisão e veto sobre os rumos da empresa . No caso do Prosub , o vice-presidente do Clube de Engenharia , Sebastião Soares destaca que é essencial que a sociedade esteja vigilante . “ O governo brasileiro não pode deixar que se desnacionalize o complexo de Itaguaí , como tem feito com a Embraer , por exemplo . Esse mecanismo para defender as empresas brasileiras , enraizadas no país , é um mecanismo antigo . Mas não basta ter a golden share : é preciso que , tendo-a , no momento oportuno os brasileiros exerçam seu direito de voto sobre os rumos da empresa . Devemos acompanhar de perto para que , em 10 ou 15 anos , não aconteça com o submarino nuclear o que aconteceu com a Embraer ”, alertou ele .
A ICN emprega hoje 2.250 funcionários no Complexo Naval de Itaguaí . O local inclui a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas ( UFEM ), inaugurada em março de 2013 , além da Área Norte , com 103 mil metros quadrados , que compreende os estaleiros , e a Área Sul , onde se encontra a base naval . Quando finalizado , o complexo abrigará também centros de pesquisa , laboratórios , sede administrativa e até um terminal rodoviário .
Link : http :// bit . ly / VisitaProsub